janeiro 31, 2012

Não mais.

É, talvez eu precisasse do tempo
Ou quem sabe mais da chuva...
Talvez...
Mas e o pensamento preso?

O condicionamento?
Não ouso perguntar nada além
Não ouso me fazer de refém!
Não mais, não mais!

Deixa a chuva cair,
Molhar os pés e respirar...
De um altar particular,
Mas meu e apenas Eu.

Sair para voltar,
Entreter a plateia e fazer o circo caminhar,
Levantar, andar, correr...
Não mais, não mais...

"Sofrer.".

Rafael Nicolay

janeiro 28, 2012

Relatos da saudade.


A saudade traz, com a minha pouca experiência, uma bagagem de todos os amores, todo o passado e todas as vivências. É uma forma para que eu possa refletir sobre o meu Eu, que por vezes se perde, e também possa agregar e enumerar os fatores de tamanha nostalgia... Mas nostalgia não é bem saudade e eu não resolvi aparecer para falar disso! O que quero comentar é que graças a esta saudade eu fiquei mais forte, mais osso duro de roer e mais para mim. Aprendi que saudade demais mata, é extremo; descobri que o mundo dá voltas e volta e meia meu passado aparece; averiguei tantas causas perdidas, por onde passei, e descobri que meus assuntos inacabados apresentam, hoje, novas soluções.
Ah! Minha saudade... Como um grito do pranto ou como a verdade do silêncio... Tu és sincera comigo e apenas eu sei de ti. O quanto tu és presente em minha vida, mas também sei, minha saudade... Que tu és o que me deixa de pé nos dias chuvosos e és o que me dá forças nos dias de luta.
Saudade, não tenho nada melhor para dizer além de um 'Obrigado', pois contigo eu amei, chorei, ri, ri mais vezes do que imaginei, cantei, andei e não desisti de nada, apenas aprendi a esperar... E esperei...
Esperei menos dos outros, esperei mais de mim! Entendi que o tempo é, de fato, um aliado e é também para a vida toda. Esperei por mais frases e textos clichês, como este, e esperei o completo.
Mas esperei meu Eu, não só por ti minha doce saudade, mas para amar de novo.


"Ê saudade que bate no meu coração.".


Rafael Nicolay



janeiro 25, 2012

O prédio.

Aponta ao que corre pela rua,
Explode a janela!
Caco de vidro na beira do rio...
Mas e ai? O que aconteceu?

Eis a poeira do meu devaneio,
Que não consigo limpar,
Retirar da roupa tingida,
Cadê o olhar? Crítico?

E os carros? Como ficaram?
Foi uma explosão! Na certa!
Sairá no diário... De amanhã?
Talvez no de sexta... É, talvez.

É tanta poeira e gente correndo!
Eis o que clama pelo frio ante a dor...
Quem está perdido? Quem dá valor?
Não sei! Não vejo nada... Não falam.

"Ou não vivem mais...".

Rafael Nicolay

janeiro 24, 2012

1º ato.

E, de fato, encontro-me em um novo ato,
Atado, felizmente, a tão boas convicções
E presenteado, simplesmente, com tuas belas canções...
É, como sois, que me encantas!

Prostra-se-à nossa dança,
Em ciranda de mãos dadas,
Dentre vestes douradas,
Nosso ouro e tesouro fino.

Rimas pelos cantos os versos meus,
Respira aos montes o cheiro das rosas!
Estas, que roubam o perfume de ti,
Ínfimos símbolos de sua presença em mim.

E ao inalar desta rosa mais bela,
Vejo, como sou, mais perto dela...
Sejam versos ou diários,
Amar-te-ei em todos os aniversários...

"De nossa flor...
De nosso amor.".


Rafael Nicolay

janeiro 22, 2012

Querer.

E eu quero mais!
Eu quero mais desse dia chuvoso,
Mais do teu café e mais de brigas de pé...
Quero cobertores, quero filmes e amores.

Quero aquele chocolate delicioso que é bem quentinho,
Quero o teu quietinho!
O grito, o sussurro, o "medinho"!
E o filme de terror na TV.

Eu quero compor a tua letra,
Quero explicitar tua poesia,
Para que o mundo saiba
De toda a minha alegria...

Quero mais mãos dadas!
Quero bailares no meio do nada,
Na rua ou em qualquer lugar,
Quero você! No seu ser, seu estar...

"E eu quero tudo, mas não me deixe com nada!".


Rafael Nicolay

janeiro 20, 2012

Petisco de palavras.


Quem não petisca, não se arrisca.
Quem quer petiscar, há de se arriscar!
Quem petiscou, se arriscou.
Se eu me arriscar, vou petiscar?
Petiscar pra quê? Xô daqui, Sr. Arriscar.
Arrisco, logo petisco.
Arriscar ou não petiscar? Eis a questão.
Quem se arrisca, vai a Roma petiscar.
Quem não tem cão, arrisca a petiscar como gato.
Mais vale um petisco na mão do que duas arriscadas...


"Quem não arrisca, não petisca.".

Rafael Nicolay e Raquel Lopes

janeiro 17, 2012

Sordidez.

Ascender ao susceptível,
Intrigar o inteligível,
Versificar a mão cortada,
Elogiar o parto de nada.

Ante a poesia flagelada,
Que habita o ínfimo ser,
Íntima cláusula de nosso parecer,
Perece livre.

Parte ao inquieto,
Silencia o moderado correto,
Avalia o pranto cantado,
Evidencia o que te foi roubado.

E malha arrumado,
Estressa e extravasa o execrável,
Permuta entre a mais valia,
Ensina, de fato, a tua via...

"Vital, o como viver.".

Rafael Nicolay

janeiro 14, 2012

Intercâmbio musical.

Parte em vestes o bailar,
Perfumes misturados e o ser ou estar,
Em êxtase de teus beijos,
Me refiro aos nossos desejos...

Poeta ou malandro,
Na dança vou sambando,
Curto e encurto teus passos,
Parte de mim nossos laços.

E persiste à mundana,
Essa morena mais que bacana,
E o que faço?
E o meu ato?

É meio que mais corrido,
É menos do que o imprevisto,
É o amor "azulzinho",
É o nosso samba juntinho.

"De cá e de lá.".

Rafael Nicolay

janeiro 12, 2012

Morena branca.

Morena de meus dias e minhas alegrias,
Morena branca, morena mestiça!
De tantos sentimentos...
Detentora da atenção de meus batimentos.

Que prossegue em minhas prosas,
Para o meu encantar, canta!
E me deixa em rosas...
Pelo perfume e pelo gesto!

Pelo costume e pela fantasia,
Ou seria o destino? Mas que fadiga!
Entrelaça-me em teus braços,
Refaz os meus plenos atos...

E me diz, por fim, quem és...
Morena, designa-me teu viés!
E explica pro meu peito esse perfume roubado,
O toque das rosas, mas com um jeito mesclado...

Com o teu modo de sorrir,
Meu samba encantado!

janeiro 08, 2012

Falas.

Fala a fala falada!
Diga o que foi dito e ditado!
E dita com dicção o editado,
Renova a fala, teu retrato falado.

Mostra a cara do cara camuflado,
Inova o trato, explica pra gente o que foi dado!
Não é, pois é, fazer o que? É danado!
Rimar sem falar ou rimar calado...

Mas cadê o porquê desse pranto chorado?
Cadê o prato ou papel ou guardanapo...
Cadê o bolo ou o talher ou o contrato?
Cadê o ato!? Nesse teatro solado...

Nikko.

janeiro 07, 2012

Momentos e calculadoras, tudo igual!

Tentar entender de momentos é o mesmo que tentar entender sobre como funcionam calculadoras, quem já usou conhece e quem já passou... Também!
Há momentos em que somamos e outros em que fazemos alguma subtração, deixamos ligados ao tempo na tentativa de ser algo marcante! E dividimos ou multiplicamos, designamos percentuais. Fazemos de tudo e mais um pouco.
Momentos são coisas únicas, coisas de matemática, coisa de ciências... Até a ciência do amor. Que as vezes perdem a bateria e partem para o esquecimento, mas em algum momento se renovam.
De fato, momentos e calculadoras tem algo bem em comum, a tecla que pressionamos no final, a tecla do igual! Os números são diferentes, mas ficam na memória até você se desligar ou apertar o Off ou acabar a bateria... 
E o que eu mais gosto de falar: Momentos são coisas para velhinhos como eu, que não sou ainda um velhinho, mas, na certa, terei histórias para contar. 

Ah! E se você vir me perguntar sobre a função de raiz quadrada... Bom, acho que não tenho como me expressar por inteiro... 





Rafael Nicolay


janeiro 06, 2012

Coragem.

Que mudança de atitude?
Busque na tua juventude o jeito rebuscado,
O lápis rasurado e o nome mesclado...
"Saudade...".

Deixa o tempo mostrar cicatrizes,
E as rugas lembrarem dos sorrisos!
Coisas da velhice! Histórias para contar...
E que seja assim enquanto tudo durar!

E que as vezes desapareça um sentimento sobre o outro,
Que saia o amor e entre o desgosto,
Mas que seja renovada a esperança de amar!

E que renove o saldo da paixão,
Negativado quando criança, coisas do coração...
E que seja vida... Viva! Enquanto cantares...


"Minhas poesias..."

Rafael Nicolay

janeiro 03, 2012

Poesia é poesia!

Poesia é como papel em branco,
Não sabemos o que acontece até pintar,
Ou dobrar ou rasurar...
Poesia é poesia!

Poesia é alma para dobradura,
Vida para rasura,
E tintura em papel de banco.
Mas para o poeta...

Poesia é sua amante predileta!


Rafael Nicolay