março 28, 2012

Eram...

Era um prato de bolas,
Eram bolas com pelos,
Eram pelos de gatos,
Eram gatos sem medos.

Nikko.

março 27, 2012

Contração.

Você se levanta e... Caminha.
Você se espanta e... Engatinha.
Você se vai, mas... Correndo!
Saudade que não se esvai... Chovendo...

Cai em mim o pranto do céu,
Mescla com o do peito e cai no papel...
Continua a cair e sendo o desatento que sou,
Não te vejo partir... Não percebo o que ficou...

Além desta pura nostalgia para com alguns minutos atrás,
Palavras, alegrias e risos... A mais.
São sintomas de um sentimento meio moço,
É como o sono que chega após o almoço...

Então me deixe dormir e volte, volte aqui!
Faça parte de meus sonhos e não pense em partir...
E quando voltar me acorde com carinho,
O dever está por chegar, já está a caminho!

"Na contramão...".

Rafael Nicolay

março 22, 2012

Relíquias.

Era vez um poeta
Que não sabia como guardar...
Até porque não conhecia o que tinha
E muito menos onde poderia colocar.

Não mensurava tamanhos ou dimensões,
Não entendia de volumes ou medições,
Era apenas um poeta com uma falsa humildade,
E talvez mais um corpo em busca da verdade.

Mas fora por tanto buscar,
Que um dia encontrou,
Em um pequeno lugar,
Seu ouro! Não o largou.

Era uma verdade do poeta,
Que não sabia o que fazer,
Não sabia nem se era um atleta,
De palavras ou qualquer parecer...

Era um poeta,
Em busca de um lugar...
Procuraria até os confins da Terra,
Um local para armazenar...

"Suas relíquias tão queridas...".

Rafael Nicolay

março 19, 2012

Roda viva.

Roda volta, toda hora,
Toda volta, viva... Agora.
Deixa rolar e rodar assim,
Roda, volta ao fim.

Ao tempo em que tudo é novo,
E o novamente é presente.
O sentido que é pouco,
E a abstinência de um carinho intermitente.

Sou a roda, sou o mundo,
Sou o girar, sou o que é tudo...
De mim para o Eu,
Do Eu ao que não se esqueceu...

E ficou guardado no peito,
Sem trejeitos ou laços do cotidiano,
Rodou, rolou a vida...
Em poucas notas tocadas neste piano...

"Do próprio coração...".

Rafael Nicolay

março 18, 2012

Nosotros caminamos.

En tus brazos,
Yo encontre la paz,
En nuestros besos,
Yo necesito más...

Más de usted,
Más de nuestro amor,
Lo que puedo decir,
En la forma de fervor...

A tu cuerpo,
Mi deseo,
A tu ojos,
Mi secreto.

En hablar al mundo,
Enseñar tan profundo,
Las razones para soñar,
Nuestras causas para caminar...

"En la dirección de nuestro amar...".

Rafael Nicolay

março 13, 2012

Como seremos...

Esqueço-me de tua pele,
Deposito em meus sonhos essas incertezas,
De como é suave, como é doce...
Como és?

Esqueço-me de teus traços,
Teus olhos castanhos,
Teu riso e sorriso,
Teu partir... Como eras?

Esqueço-me de teus laços,
Formados e unificados aos meus,
Detalhados em nossa síntese...
Nossas memórias... Como serias?

Esqueço-me de ti,
Em tampouco tempo de sabor,
Esqueço-me dos planos e dos carinhos,
Esqueço-me de tudo... Como serás?

"Lembro-me de nosso amor...". 

Rafael Nicolay

março 12, 2012

Espelho.

Esconda tua vaidade,
Levante-se e não olhe para o espelho,
Não deixe que esta saudade,
Consiga te consumir por inteiro...

Busque a si em tua alma,
Reveja o seu conceito, seu valor,
Entenda o que é preconceito
E aplique-o sem a ignorância e o rancor.

Faça do justo a tua espada,
Da cruz uma de tuas verdades,
Da luz a tua alvorada,
E de ti a tua própria metade.

O que desejas é o que anseio,
E o que anseias é o que procuro,
O que enxergas é meu devaneio,
E o teu delírio é o que eu busco...

"Em um espelho... Qualquer!".

Rafael Nicolay

março 08, 2012

Jugo moderno.


E um conselho ele me deu,
É! Ele é um grande amigo meu,
E resolveu falar sobre relacionamentos,
Mas eu não entendia, faltava-me amadurecimento.

Era algo sobre produzir,
Mas não apenas trocar,
Parecia como o dividir,
Que a matemática é responsável por nos ensinar.

Eu não entendia muito bem,
E acreditava que sabia o que fazia,
Mas na verdade, que tolice, sou refém,
E o que era feito não condizia...

Acho que assim não dá,
Mas dá para o que?
Qual rumo tomar?
Tomar jeito, mas o quê?!

"E eu apenas quero diferenciar,
O jugo moderno ante ao dos 'burros' denotar.".

Rafael Nicolay

março 07, 2012

E lá está ela.

Eu quero mais perfume,
Minha musa de costume,
Em meus braços a cantar...
E lá... Ela.

Quero teu pranto mais doce,
Tua certeza mais viva,
Tua dúvida dívida.
Em teu lar, quero o teu olhar.

Quero teu amor só meu,
Egoísmo seu não me dar...
Por que a desejo? Porque a cortejo?
Meu bem... É por te amar...

Posso querer o mundo, mas o seu,
E de nada adianta sem teu amor...
Por que não me dar? É só judiar...
Por que não és o que é meu?

"Talvez sejas algo que nunca me pertenceu...".


Rafael Nicolay

março 04, 2012

É só você.

Nós! Nós? Nós...
Como queremos ou gostaríamos,
Entre o fato e o parto de mansinho,
Partida e encontro...
É amor! É amor no papel.

Como poesia pacata,
Como estrada sem chuva,
É como uma sala sem nada,
É como o re-amar de uma viúva.

É o súbito, mas sublime.
É encontro em regime!
É facilidade em olhar...
Olhar e adentrar!

Sempre mais, sempre a me deixar assim...
Sem mais, sem querer ser querubim!
E o que basta, pasma-me!
É algo que ficou, é o 'nós'... Por fim!

"É o nosso,
Mais pra mim!".

Rafael Nicolay

março 02, 2012

Soneto da saudade


Chove! Chove mais! Cai chuva, chuva cai!
Mais agora, mas agora, mais lá fora!
Corre pelo vidro, vidro em forma de gota!
Corre a gota, corre pelo tempo, passado!

Cai no chão, molha a terra,
Terra molhada, terra plantada,
Com suor, com sonhar, com amor!
Com mais, com menos, com o mesmo!

Com o todo e o tudo,
Faz-se um tanto, muito.
Tanto quanto pouco!

Toda a parte,
Toda a metade,
Que me deixa um 'muito' louco.

"E me deixa com a tua saudade.".

Rafael Nicolay

março 01, 2012

E só.


Talvez eu fosse um projeto de poeta,
Que por vezes tenta imaginar,
Entrar em contraste com seu lúdico,
E por fim, suavizar...

A cena e o fardo do ser,
A essência e o medo de crescer,
A vontade e o anseio do amanhã,
Ante a saudade nostálgica presa em uma febre terçã.

Talvez eu fosse um projeto de essência,
Que perdido dentre meus tantos 'Eus',
Procure um muro para apoiar o peito,
Ou o coração marcado no leito...

Talvez e só talvez,
Essa é a palavra e a minha condição,
Entre tantos fatos, faz-se necessário minha oração.
Em um submundo autofágico, um poeta sem vez...

"E talvez eu seja um projeto esboçado...
E só.".

Rafael Nicolay