novembro 02, 2023

prestação

por muito tempo eu me justifiquei,

sem ter motivos válidos para tal.

deixei-me ir por anseios e medos,

e agora vejo o resultado final.


de um lado, permanece a paz,

do outro, o todo que não fiz.

a sensação de um final

mesmo que não seja o mais feliz.


deveras, a responsabilidade chama

e a prestação de contas chega

o tempo, passa mais rápido

e o fôlego, aumenta?


de tantas oportunidades perdidas,

por tentar criar motivos sem razão

assumir os próprios erros

seria um ato de redenção?


deixo, portanto, aqui neste dia este relato

junto aos meus medos e inseguranças

o resultado inalterado:

fiz o que pude, como pude e da forma que foi possível fazer


no mais, olho ao meu redor e vejo a colheita florescer

nem sempre são as flores mais belas,

mas neste imenso jardim da alma

existem belezas além desta Terra.


e isso basta.


R.

março 30, 2022

Chamo o tempo.

O tempo do despertar

Quanto, deveras, é?

Ou como, talvez?

Quando...?


As maravilhas visíveis

Deixadas ao vento, por adormecer

As verdades disfarçadas,

Para a crença em qualquer tipo de mudanças, sem ponderação.


Mas há manutenção! Deveria.

Com a leveza e alegria

Com a sanidade intrínseca

E o amor em seu esplendor.


Catarses... As vezes em tempo,

Mais vezes, mas não em boa hora.

Certezas... Confusas como as nuvens,

Que não entendemos o seu existir.


Todo tempo cura, liberta e renasce

Mas, não se pode esquecer da catarse constante

Da rotina nossa de todos os dias

Dos detalhes contidos na pureza de cada poesia.


Entre o acomodar e o movimentar

Não existem linhas, mas justificativas

Porém, o caminho persiste

E está aí para quem quiser saber


E procurar aprender,

Do pouco aos bocadinhos,

Entender o ABC

E praticar sempre um poquinho.


r

novembro 01, 2021

despertar do fogo.

A jornada se apresentou,

E a trupe assim se formou.

Em diversos ciclos e círculos

Com diferentes nuances e ritmos.


A aventura que requer coragem

Para um mergulho, deveras, eterno

Na imensidão das profundezas,

O fatídico buscar a si, perante a natureza.


Em passos ínfimos, diante da criação

Eis o despertar para esta conexão

Há muito, enferrujada e desgastada,

Pelos meios, demasiadamente, humanos de seguir esta estrada.


A percepção é para o agora, o aqui e o que aflora,

A magia da vida, em distintas emoções.

O amar, sem barreiras ou condições

E a poesia oculta, nos risos e sorrisos contidos na rotina.


Eis o agradecer,

Por também participar,

E assim enxergar

A bondade que Deus nos dá.


D, K, I & R.


setembro 09, 2021

Onde foi parar?

Quem sabe, está por aí
Debaixo do sofá ou no canto da janela
Nos assentos das cadeiras
Ou no closet, nas gavetas das meias e cuecas

Ou lá na cozinha, no armário de tantas xícaras
Ao lado da cafeteira, torradeira ou frigideira
Na dispensa, debaixo do pacote de feijão
Na geladeira, junto à sacola de pão

Nas mesas, sejam de cabeceira ou de jantar
Em nosso escritório ou em nosso mundo particular
Na varanda, nos varais ou na cerca...
Onde será que foi parar aquele verso, para que não se esqueça

Talvez, seja em algum lugar mais íntimo
Com um batuque, deveras, repetitivo
Existiria lugar melhor para guardar tantas poucas palavras?
Ou seria só mais um devaneio neste mar que nos acalma.

A poesia chega, vez ou outra
Nas formas corriqueiras, numa certeza duradoura
Talvez o romantismo esteja enferrujado
Mas o amor...

Está sempre do nosso lado.

R.

janeiro 12, 2021

nós dois

Eu, enquanto prosa em brasa

Tu, verso d'água

Fagulha ante a calmaria

Serenidade para o porvir de cada dia


Você, com seus olhos de imensidão

Eu, desbravador amante dos traços teus

Nós, desnudos e munidos desta lida

À complementariedade da vida


A tua serenidade, tua explosão

És a verdade do teu ser em coração

Intiga-me o bem-querer

E inspira este balbuciador de versos


A dizer: Eu te amo.

Pelo encontro... Re-encontro

Durante as longínquas viagens

Neste plano ou noutro


E os frutos? Talvez possa se perguntar

Está sendo escrito a cada minuto

A carta, portanto, que venho aqui lhe escrever

Possui a semente do querer ser


O viver mais leve

E o dizer, nada breve

Não desejo pontos, mas reticências

Em nossas viagens, experiências


O caminho, trilhamos juntos

E seguimos na nossa realidade

A certeza do amor

É a Eperança que pula para flor


Por hora, deveras, recito este meu dizer

Nestes versos feitos com amor e cheios do teu querer

É também o retomar de bons e velhos hábitos

E te fazer sorrir, por cada verso que reside em teus lábios.


Eu te amo,

R.


dezembro 02, 2020

novo normal

eis a nova maneira
de viver, ser e estar
palavras rotineiras
é o novo à habitar

por dentro, inúmeros versos
outrora, tamanhas palavras
mas de que me valem toda a beleza
se o que eu expresso, é o reflexo de fora

as novas alegrias
inúmeras aventuras
és a certeza indireta
com dantesca ternura

da escrita que me abstive,
para reaprender como olhar
a verdade, além de sílabas
resplandece perante ao pulsar

em todos os dias, corriqueiras manhãs
almoço ao meio-dia, pois às onze
o café da manhã
são os castelos de travesseiros

a muralha da China e o pequeno guerreiro
o desbravador em florestas longínquas
e também o construtor das casas mais lindas

a professora que reflete atenção
e não desampara quem a busca com o coração
os risos, gritos, sorrisos desdentados
a poesia plena, que construímos em nossa colcha de retalhos

como posso tentar ser, assíduo escritor
quando o viver me chama para o esplendor
que reside nos detalhes, minuciosos
além de estrofes, prosas ou sentidos metafóricos...

assim, aqui tento explicar
o explícito que existe em toda a extensão
no eu, em você, nos pequeninos
nesta família, que celebramos nossa união

e como desfecho,
deixo minhas certas reticências
e também desejo um tanto de imaginação
pois o porvir está à espreita

atento ao pulsar, deste feliz coração.

á vocês,
com amor,
R.

setembro 22, 2020

entardecer

como se transporta o que é sentido?

como é que, deveras, chega aqui...

tais versos que falam tanto

mas retratam apenas uma parte deste todo

nos nuances e conexões

em olhares que permeiam todo nosso ser

e não nos deixa uma parte solta.

completa-nos.


uma eterna lição de que não existe pausa para amar

e que tudo isso, está, intrínseco a estes versos de um cotidiano...


O amor que emana em tudo que criamos

A alegria com sabor de café matinal

A certeza de que escolhemos uma jornada devidamente compartilhada

E a sutileza para com todos os detalhes


Ao ato de lembrar, ponho-me aqui tal qual um poeta simplório

Mas que sorri por saber o caminho até teus lábios

E que lembra o quão inusitado é o que chamamos de destino

És assim, como a gota de orvalho


Amanheço Sol, entardeço pensando em ti, Lua

Encontro-te ao porvir, junto do derradeiro crepúsculo

E quiçá, desta vez, possamos trocar beijos e um cheiro de até amanhã.

A paixão latente de quem ama, como um gesto revolucionário dentro de si.


Nossa vida, se apresenta a mim, tal qual um filme

E romântico com suspense, classifico-o como um Thriller.

O todo que criamos e vamos criar,

A certeza de onde estamos, para onde iremos caminhar.


A jornada eterna, que ao teu lado, tem mais flores

Pouco me importa os espinhos desta lida

Pois o que deve ser devidamente lembrado

São os risos e alegrias de uma família e seus primores.


Com amor,

R.