setembro 25, 2010

Faltas!

"Comentar sobre o que foi passado, lembrar do que foi vivido, chorar por alguém amado, sorrir por estar unido. Emoções, depressões, traumas, lesões, amores, sorrisos, medos, conflitos. Tudo está junto, ao mesmo tempo, da mesma maneira, preso por jaulas iguais esperando uma chave que possa alcançar tudo dentro de nós. Viver com flashs, lágrimas por olhar, gotas por lembrar, a chuva que cai no chão jamais poderá ser a mesma, pois em si, não contém o sal, o açúcar, nada o que uma lágrima precisa de menos, mas contém o choro das nuvens que constituem a paisagem inibindo a visão das estrelas.
O pavor de um toque, o suspiro ofegante, o medo dentro do peito, coração palpitante, idade das trevas, amarga vivência, coragem para adquirir, momentos para refletir, passos a dar, tudo deixar guardar-se em uma caixa, que esteja na mente, que exista lá, que seja conhecido o seu conteúdo que não amedronte-se por seu modo único, seja de pavor, terror.
Não tenho o que dizer, sem meu peito palpitar, sem meus olhos brilharem por sucessivas correntes da face, passando pela boca sem sorriso, escorrendo até quase o pescoço e por sua tensão superficial, adquirir o formato de uma gota, espatifar-se ao chão. Nem mesmo um aperto de mão pode dizer, o que é, como que é, a mente emite flashs, o coração emite pulsações, os músculos preferem a rigidez e a procura do réu, constante desejo de compensar o que foi tomado.
E pela proteção, assim ergo minhas mãos, de punho fechado, de peito aberto, de olhos brilhantes por um pedido de justiça, por frases tocantes que mudem essa perspectiva.
Tragam a flor, o coração, o amor, os sentimentos bons e assim colonizem tua mente, façam de tua imagem algo transparente ao ponto de sumir, de entender o caminhar, de começar novamente a viver e entender como andar."

(Rafael Nicolay)

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