fevereiro 21, 2011

Meu espelho.


Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
Peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
Na ponta dos cascos e fora do páreo
Puro sangue, puxando carroça

Um prazer cada vez mais raro
Aerodinâmica num tanque de guerra,
Vaidades que a terra um dia há de comer.
"Ás" de Espadas fora do baralho
Grandes negócios, pequeno empresário.

Muito prazer me chamam de otário
Por amor às causas perdidas.

Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem, seja o que for
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas

Tudo bem... Até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Muito prazer... Ao seu dispor
Se for por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas.
(Engenheiros do Hawaii - Dom Quixote)

- Talvez... Em algum dia ou em todos eles eu seja um Dom Quixote...

Chega e pensa!

Chega...
Chega mais,
Mais aqui!
Mais perto de mim...

Chega...
Chega menos,
Menos nervoso,
Menos desgostoso de viver...

Mas ai para,
Para mais,
De pensar nos outros,
E resolve olhar pra ti...

Ai resolve,
A tua vida,
Pensa na tua ferida,
Que um dia vai sarar...

Então descobre,
Mais profundo,
Menos confuso,
De um Senhor que vive em ti.

fevereiro 10, 2011

O que não se conta...

Alguns dias acordei,
Transtornado em pensar...
E quando me lembrei,
Pus-me a chorar.

O que quero hoje dizer,
É sobre aquela porta aberta,
Que quando pude ver,
Já não era uma vida tão bela.

Então eu descobri,
Que por entre aquela porta,
Havia uma bela casa ali,
Mas quase morta.

Dentro de uma casa,
Pequena e vazia,
Olhando para o nada,
Oh grande nostalgia.

(Rafael Nicolay)

fevereiro 09, 2011

Brasões

Cansativo se tornou,
Meu martírio há de ser,
Como Ana Júlia já cantou,
O castigo de te ver...

Em passos mais rápidos,
Observo-te sem ar,
Em sorrisos mais "risados",
Fico estático sem o que falar.

O que passara por aqui,
No meu peito já marcou,
E apenas deixo ir,
O que nunca me formou.

- E apenas umas e algumas alegrias ao te ver...

Nossas avenidas...

E tentando em versos
Que crio os laços
Passados invernos
Passados opacos.

O que procurava
Já não sei se encontrei
E o que me importava,
Aqui dentro carreguei...

Em palavras sem mensuras,
Em saudades com paixão...
Sozinho fico as escuras,
A pensar sobre teu coração.

E é tentando em versos,
Que eu deixo a minha vida,
Sendo levada por lados,
Nesta nossa avenida.

(Rafael Nicolay)

fevereiro 03, 2011

Meu ar...

'It's like forgetting the words to your favorite song.
You can't believe it; you were always singing along.
It was so easy and the words so sweet.
You can't remember; you try to feel the beat.'

Segundos, minutos, horas, dias e pulo para os anos. Tentando imaginar alguma solução para meu estado que é bem vago perceber que... A rosa se foi, o espinho fica, o cravo procura no peito e jamais cicatriza a flor sem pétalas, os espinhos na pele, a dor.
Mas por motivos estranhos e causas improváveis a dor não passa a ser dor... A saudade invade a mente, os momentos ficam estáticos, estagnados em presentes embrulhados e laçados de pó.
O vento passará pelo meu quarto inteiro, acomodando o ar, meu devaneio desejo...

'Tua palavra, tua história,
Tua verdade fazendo escola,
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar.'

A poeira que levanta da minha mesa de cabeceira, minha estante no instante em que nossa foto saiu para cair perto da minha mão, mãe de decisões e comprimentos em todas ocasiões.
O que eu quero, o que eu procuro, o que eu sonho em viver... Viver...

'Metade de mim... Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade;
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... depende de como você vê...'

Então eu vejo os sorrisos e os belos desejos encima dos panos e debaixo dos planos de um futuro sempre melhor. Como dito a ausência, fez-se tua presença em inundar meu pobre ser que vive sem ninguém comandando ao lado do Capitão, um amor companheiro que me deixe em sonhos, em luas de emoção...
O que posso pensar, o que posso dizer... Só...

'E só enquanto eu respirar...
Vou me lembrar de você,
Só enquanto eu respirar!'

[Trechos de músicas - Regina Spektor (Eet) e O Teatro Mágico (O Anjo mais velho)]

Cadarços passados.

A passarela que diz sobre ela em poucos pedaços do mosaico feito e colado pelo cimento em beleza, assim traduz.
Em outros dias de minha mente, em outras mentes presentes eu tento encontrar a chave para esta bomba que anexada ao peito que comenta sobre a passarela em grude dos calçados ali passados para apenas uma unica beleza.
E a beleza está em um estado que por estática me cansa de olhar, mas não tão cedo eu paro.
Assim pode seguir a vida em apenas um momento, relento, discreto e reto começa os toques dos calçados passados de calor e apenas o que foi visto o coração guardou. Dentro do peito, dentro e com jeito de caixa para memórias... Passadas... Passado.
Enfim, sem mais afins de falas, palavras e atos eu começo a descrever o que eu quero fazer e passo a lembrar aquela menina bela parada na passarela e olhando para a rua... Mas o que me encantou fora o modo como encenou; vestida com traços e trapos e a maquilagem pastada em faces com apenas um tom... Frio e gélido, mas pulsou e andou... Respiro e transpiro pelos meus laços e cadarços de um pequeno e bobo palhaço.