julho 30, 2012

O poeta.


Eu, como poeta, sou inseguro.
Faço de minha indecisão o meu mundo...
De minha sensibilidade o meu muro
E devido a tanta ternura, não mudo.

Permaneço como uma criança,
Que, por atitudes, denomino-me peralta
E que nos açudes, não deixo a minha falta.
Com uma linha sequer...

Sou aquilo que procurei dentre tantos corações,
Sou a ausência da lei, porém, não das emoções...
Sou distante, entre a estante e o instante da porta
Que se abre e revela mais uma verdade.

Sou poeta... Sou poeta!
Sou? Não sei dizer...
Entre tantos livros encontro um espelho!
E entre tantos amigos encontro o meu velejo.

"E o meu sonhar..."

Rafael Nicolay

julho 22, 2012

O autor.

O autor queria um texto
Que de mensagem não tivesse nada...
E que, de passagem, seria um pretexto
Para condizer com sua mente encabulada.

Uma mente outrora brilhante,
Porém, jaz, degradada.
Um poeta estonteante
Perdido novamente em seu "nada".

E o autor exigia esforços
Mas este pequenino ser não o escutava
O autor decidiu mandá-lo aos porcos,
E nada adiantava.

O autor apenas queria o seu bem,
E este pequenino ser mal sabia quem...
Quem era, quem seria...
Apenas sabia que nada condizia...

"Com o seu jeito de pensar...".

Rafael Nicolay

julho 18, 2012

Bares de rotina.

Ah! O samba!
Transformando a capital do Brasil
Em um espetáculo sem igual!
Um momento da história... Mundial!

Eu... Passei por bares,
Conheci todas as rotinas,
Aderi a boemia e...
Por fim, restou-me apenas a nostalgia.

Que saudade dos dias sinceros,
Dos poetas, dos sambistas,
Do Whisky e das jogatinas!
Da noite... Minha única paixão...

Talvez, eu até esteja confuso
Dentre as cenas de minha memória cabulosa,
Mas a verdade é que história...
A minha... Está nesta cidade maravilhosa...

"Porque nunca fiz amigos bebendo leite."

Rafael Nicolay

julho 14, 2012

O bailar.

E este bailar parece,
Com tudo o que já vi...
Casas, paisagens, lugares...
E onde meu coração prefere ir.

Ri, até, por sua fidelidade
Que encontra-se junto ao amor,
Atento, não obstante, a toda vaidade...
Em forma de pouco pudor.

Um bailar eterno...
O bailar da vida!
Um Poeta sincero,
Grande Vinícius que o diga...

Afinal, só para constar,
Este Grande Poeta em carne não está,
Permanece oculto a cada um
Como um menino peralta em um dia comum...

"Que, de tudo ao Seu amor,
Será atento...".

Rafael Nicolay

julho 13, 2012

Relatos de um louco.

E, por hora, encontrei um louco
E talvez eu o veja como um pensador
Parecido com meu próprio Eu.
Distante de tudo... Distante do mundo.

Uma esponja.
Acho que é a melhor definição,
Pois colocar a ideia em versos,
Proporcionaria uma aversão...

A todo tipo de realidade,
Bom, tudo menos a real verdade.
Pois como esponja...
Não consigo distinguir a minha sanidade.

Não consigo e, por agora, não quero.
Talvez, e só talvez este relato tenha um sentido
Porém, um sentido bem pessoal
Intrínseco ao fato surreal...

"Da mentalidade de um ser virtual..."

Rafael Nicolay

julho 08, 2012

Menino interior

Existiu, outrora,
Um menino brincalhão,
Que jogava a vida fora
Como bolas de gude no chão.

Um menino franzino,
De aspecto raro,
Com os olhos caindo
Em desespero imediato.

Houve um pequeno acidente, então
E o pobre menino não se levantava do chão
Era um nobre guerreiro
Porém, uma batida o esmagara por inteiro.

E o golpe, por fim, teve seu nome
Subitamente, o menino perdeu a fome...
Ao descobrir que tudo o que vira
Não passara de meras mentiras.

"Aos olhos de um adulto qualquer...".

Rafael Nicolay

julho 07, 2012

Homem das neves

E o inverno chegou, mais uma vez...
Chegou com um companheiro,
O frio.
O gélido ar que adentra nossos corações.

E o inverno, continua severo
Sereno, porém, com seu mau humor...
Tal qual um boneco de neve...
Um homem das neves.

Ante a espera do verão,
Para poder derreter seu coração...
Para ter novamente sua adoração.
É... Este é o homem sem ação.

Que no inverno, perece.
Congelado... Intrépido e parado.
E o riso, e o sal, e o mal?
E o bem final?

"Prazer, 
Sou um homem das neves,
Sem sal.".

Rafael Nicolay