outubro 29, 2015

despertar

acordou de um sono profundo
percebeu que tinha se tornado um moribundo
observou à suas falanges distais
a falta de cuidado com o próprio cais.

levantou vagarosamente
divagou, enfim, sobre o sonho reluzente
sentiu o peso de seu corpo dormente
pois adentrara os elísios da alma...

retornou, por fim, com muitas suposições
respondeu em si, as mais variadas questões
entendeu sobre a sua pequena capacidade racional
esticou-se aos limites deste corpo carnal...

não lembrou de muito, além da luz
relutou em demasio pelo mártir de sua própria cruz
emoldurou os próprios desafios e objetivos
e não se esqueceu do seu ensinamento de vida...

"Donde tudo é subjetivo..."

Rafael Nicolay

outubro 27, 2015

in_certezas

Ante a dantesca e inevitável percepção
permeia em mim, a suposta solução
e delineia os meus sentidos
prostrando-me despido a ti.

Reinou, por tempo demais, o medo
em meu coração, em meus lapsos de razão
em um turbilhão de sentimentos
que denominei Paixão.

Mas surge tamanha segurança
é ela, plena, a esperança
e indaga perante a nós...
para que o inferno antes do paraíso, afinal?

Habita em nós a certeza,
de que não devemos pisar em falso...
mas quem há de ponderar
o caminho que agora vai além do que falo?

"Na breve tentativa de amar...
Estando em amor..."

Rafael Nicolay

outubro 18, 2015

analua_

és como um turbilhão de emoções
que, desenfreadamente, adentra-me
e embaralha todos os meus sentidos...

poderia, quiçá, ser explicado como aflição?
mas, ao invés, perdura em uma permuta
entre a alma e o coração... físico

pois toda química anseia,
e toda mente deseja... reagir
autuar e compartilhar... a paixão.

e não cabe a um mero poeta
elucidar o que se sente...
ou entender o tudo que acontece...


"Na conversa
entre dois corações, em prece...
E pressa, de se amar..."

Rafael Nicolay

outubro 15, 2015

êxtase_

há algo perambulando meu cerne
como um sussurro que ecoa pela vasta extensão psíquica
um demasiado anseio misturado de angústia
a perda de certos sentidos

eis que começa a ventar...
um movimento leve e sereno
o trompete, a percussão, é um jazz...
que me carreia, tal como o conjunto de moléculas que sou

e me entrega, em devaneio
ao extremo que habita em mim, perdido estou?
sinto o momento... persigo ele
deambulo vagarosamente, me permitindo

quero e anseio por esse sentir
sinto-o mais forte e perto
continua sereno...
entendo, por fim, que é amor.

"É um estilo musical...
No meu coração."

Rafael Nicolay

outubro 14, 2015

foi pra lá...

e como proceder?
quero ajudar, abraçar...
mas hei que atado estou
sem saber por onde começar.

entendo bem do pranto
e do desencanto...
eis o perjúrio do amar
mas veja bem, muito bem

não existe tristeza sem fim
ou dor que não vá, enfim
pra longe do coração
ele respirará, de supetão

e quando menos esperar
estará novamente pulsante
e, por fim, tu lembrarás
que há uma vida radiante...

"Por ai... A chegar..."

Rafael Nicolay

outubro 13, 2015

em_transe

transborda-me o sentir
de algo longínquo em mim
um resquício de um grande bem

era como uma certa nostalgia
adentrava o coração,
deixava inquieto com o ritmo
dos pés e o batuque da mão

era ansiedade... era história
era tudo o que pudera sentir...
em uma noite só

mas quanto caberia?
não existem pesos ou mais valia
no mundo dos sonhos...
onde tudo reluzia

"àquela saudade..
ante a vontade".

Rafael Nicolay

outubro 09, 2015

trilha_

mochilas preparadas
cadarços amarrados
um sorriso no rosto
uma leveza no peito

para àquela caminhada
que me conduzirá pelas montanhas
e me fará respirar o ar que anseio
com a pureza que faz falta, aqui dentro

e continuo seguindo
nessa árdua caminhada
que por mais difícil que possa parecer
sempre existirá a superação, declarada!

cá estou, sobre um pico
e aqui, sentado, sinto
a energia que abdico
e a recebo em uma troca...

"Muito maior...
Além do meu imaginar."

Rafael Nicolay

outubro 06, 2015

n_me

Àqueles belos poemas
Nas mais perfeitas inspirações
Alguém que recite-os

Ludicamente e com muitos refrões
Um ar de tamanha leveza
Inspiração acima da natureza

Zahir de minhas longínquas noites
Alento para o acordar de minhas manhãs.
Lamentos não existem mais!

Um quê de energia persiste em paz
Deveras, como uma lâmpada
Watts consumidos em suspiros!

Insistentemente, tento poetizar...
Gesticulando o que o coração quer falar
Mas como posso proceder, sem ao certo conhecer?

Obstáculo da distância, hei de vencer!
Raízes profundas me permeiam o peito
Ao céu azul, árvores cantarolam ante ao pleito

Explicitam, extasiados, a paixão
Saltitam como podem...

"Dentro desse novo coração..."

Com leveza,
Rafael Nicolay

outubro 04, 2015

needs_

I need you
Closer and closer to me
Waiting in the next bus stop
I'll be wondering...

What are we going to do?
I'll come for you...
Will you come for me?
I believe in the proximity... I do.

I wish a moment of the eternity
Looking right into your eyes
Smelling the perfum from your hair
Wondering again, the taste of your lips

I need you so much closer
Then, let's sit here and watch the sky
And take what is ours tonight
Because we're lovers

"From yesterday..."

Rafael Nicolay

outubro 03, 2015

essência quântica

criei, em minha intimidade
tamanha esperança à vida
com dantescas bonanças bem vindas
e eis que encontro minha identidade

quero, dentre tantas oportunidades
encontrar a ti, flor mais bela
e bebericar por dias, com cautela
o melhor perfume que já senti

anseio esse reencontro
por não suportar o perjúrio da distância
mesmo quando habitas em mim
em essência, em demasio

em ti, por todas as horas
que trouxeste luz ao meu peito
e eu, que mesmo sem jeito,
passei a sorrir...

Rafael Nicolay