ilusionismo

É rezando, meu filho
Que se fortalece nesta caminhada
Sem a dúvida do que fazer
Esta é a resposta que em ti é procurada

Firmar um compromisso
E não esquecer do teu ofício
Perante as vontades materiais
E as indagações, por vezes, tão superficiais

Saibas que o que te levanta
Parte do que a tua essência emana
Esta lembrança atemporal
Feita para se decifrar nos tempos de provações, perante ao astral

Tudo está em seu devido lugar
E a roda do mundo, continua o seu girar
Para que entendamos que nossas vontades
Nos guiam rumo à nossa própria vaidade

E o que realmente importa
Somente na sutileza, és que a natureza denota
No íntimo de nossos corações
Eis a chave que contém todas as soluções

E, nós, como seres do efêmero
Nos deixamos levar por próprios conceitos
Esquecendo assim, a grande missão
Sofrendo por esquivar de nossa própria expiação.

Enfim, não tardiamente
Este é o mistério deste Ser reluzente
Que ao nada é o que evitamos
Quando ali, reside tudo que realmente enfrentamos...

Ora por opção,
Ora por alienação...

ilusão.

R.

tanto tempo

Procuro vestígios
De um ontem que não existe mais
Cansado, deslizo
Nas profundezas memoriais

Minha vontade é de correr até você
Minha verdade diz sobre suportar o hoje, sem perecer
O amanhã, pouco importa,
Enquanto este sentimento aqui, bate na porta.

Não vou atender
Mas assumo o olhar através deste buraco mágico
Este portal atemporal do que sou, já fui e serei.
Olho bem para esta verdade

E o que vejo, são os por dizeres
As vontades não caladas
E nenhum traço de nós.
Aqui ou aí, somos outrem.

Meus rumos, meus passos,
Minhas escolhas e lembranças
Remetem a tudo que já vivi
Remontam a cena da saudade e a da verdade

E os teus?
Onde estiver... Que sejas luz. Que sejas flor e emane amor.
Para quem tu fostes e para quem és.
Não percas a tua fé. Não esqueças do belo que deixaste em meu coração.

Com amor,

R.

embarcação Aurora

O amor resplandece
Bem no meu coração
E toda verdade cresce
Perante ao rumo desta missão

Sou timoneiro
Sou também o marinheiro
E as ondas de Iemanjá
Venho aqui saudar

Pedindo a renovação
A firmeza de prontidão
A doçura da Rainha do Mar
E com suas pérolas um colar hei de ornar

Para que esta reza seja certeira
Junto com o querer bem desta marinheira
E a cura há de chegar
Física e mental, ante ao falar

Somos um, sendo muitos
Em comunhão com o amor
Navegamos pelos mares desta encarnação
Rumo ao porto de nosso Senhor

Nas águas universais
Fluviais ou marítimas
Renovamos nossos interiores
Com a verdade e a justiça

E a cada mergulho profundo
Descobrimos as pérolas à brilhar
Somos caminhantes rumo à pureza
Da nossa mãe Iemanjá.

veleiros do amor.

R.

meu Mestre

Ó Mestre,
Peço forças para continuar
Que eu não me entregue
E com pequeninos passos
Eu volte a caminhar

Peço cura e sabedoria
Da Tua palavra que é o Teu poder
E com muita humildade
Peço o meu perdão
Se assim eu o merecer

Por mais que a trilha tenha seus nuances
Que nos Teus braços eu possa me recuperar
Pois faço minha entrega perante a Ti
E Contigo quero andar

Meu corpo sofre
Mas meu espírito renasce
Que minhas enfermidades terminem
E que o espinho saia da carne

Talvez estas sejam palavras duras
Perante a toda leveza que venho conhecer
Mas sei que o Teu amor é muito maior
Do que os conceitos que venho a conceber

E para hoje, neste exato instante
Agradeço a constituição dos astros celestiais
Rogo a Ti, meu Pai
Para sempre me lembrar da Tua paz.

bem no fundo do meu coração.

R.

templo

Eu vim de longe
Lá das estrelas que estão a brilhar
E no encanto da vida
Aqui pude me manifestar

Pela obra do Criador
Sou criatura e a aprender estou
Trilhando com calma
E dando um passo de cada vez

Preciso da calma
E de tudo que sou
Para ajudar os meus irmãos
E avançar no caminho do amor

Sou o que fui ontem
Mas também sou o agora
E neste instante
Sei que meu Pai me espera lá fora

Para ser seu servo
E aprender esta lição
E com muito esmero
Curar meu coração

Pois devo agradecer
E saber me desculpar
O importante é o perceber
O positivo no meu estar

E de tudo que agora vejo
Agradeço com muito amor
Pelo amparo que recebo
Nos meus momentos de dor.

amor.

R.

olá

Ó meu amor,
Que tanto busquei
E tanto projetei

Lhe apresento o que tenho em mãos
Este delicado coração
Que nelas cabe e com cuidado guardo com proteção

Tentando limpar e polir
Tal qual uma joia preciosa
Que realmente o é

E tão somente meu
Que quis entrega-lo a alguém
E por descuido, deixei-o além

Das minhas asas protetoras
Para habitar o que não convinha
Mas eis que agora presto atenção

E tento, com tamanho zelo
Deixa-lo em boas condições
Para pulsar e ser feliz como convém

Eis que por falácia
Acreditei que a busca estava em outra estrada
Senão, a trilha interna

Cheia de nuances e cores tão belas
E esta breve carta que venho a escrever
É um adendo perante ao que desejo conhecer

E tão pouco sei
Mas entendo que o porvir à tudo cabe
E assim, sigo buscando minha própria verdade

E veja bem, meu grande amor
Estas palavras, talvez desejosas
Não entendem o simplório sentido

Ante ao que realmente necessito
À um grande amor
Eis que em frente ao espelho estou

E a ti, olhando profundamente
Com um ar, quiçá, narcisista
Não espero uma grande conquista

Apenas deixo claro
Que o meu maior amor, com agrado
É o que vejo, além de todos os desejos

E enfim, a mim, deixo este lembrete
Nos pormenores, este convite sem enfeites
Humilde e um tanto amassado

Datado da época que vim a este mundo, não por acaso
Para aprender, contigo, a importância deste precioso fato
Que consiste no esperar...

Até, por fim, saber te encontrar
Em mim.

R.

retalhos silábicos

Sozinho é o caminho
Quer queiras ou não
Encontrarás aqueles que andam contigo
Mas recolhem-se perante a própria expiação.

Este é o fato consumado
Que habita em nossas profundezas
E por mais que queiramos achar errado
És sutil, tamanha verdade e certeza.

Somos ensinados ao conforto
E, de maneira desregrada, a pisar fora
Seria então, a ascenção de um achismo de maturidade?
Ou a ampliação desta bolha que, por vezes, ignoras?

Portanto, se nosso papel consiste no sofrer
Este sentimento requer sabedoria
E não no simples dizer
Que tudo ficará bem no raiar de um novo dia

Sim, renascem as oportunidades
As trocas oníricas auxiliam
Mas cabe a ti, e somente a ti, saber o que te moves perante a esta alegria

Que poucos acreditam conhecer
Outros tantos bradam com fervor
Não existe certo ou errado
Somente aquele que se enxergou

E percebeu que sabemos um tanto de nada
Em curso de um propósito universal
Um dia conheceremos a única verdade
Que, por vezes sem humildade, chamamos de celestial.

Somos Sua imagem e semelhança
E cremos ser Sua igualdade
Do que nada sei, peço perdão por falar
Pois creio, de alguma forma, trilhar o caminho da verdade.

Habitante dentro de mim...

R.

córrego

A correnteza flui 

E os caminhos ficam claros 

O respeito evidente 

E a troca consistente 

Sou uma gota do rio 

Sou o amor e o alívio 

A certeza do pleno fazer 

E a liberdade do meu próprio ser 

A magia aconteceu 

E o encanto resplandeceu 

Agora o foco destina-se ao ser 

E o amor que tende a crescer 

Sou aprendiz e eterno observador 

E me despeço de onde estou 

Seguindo o rumo do meu coração 

Para descobrir o todo que sou. 

Avante, adiante,

Eterno caminhante.

R.

saudosismo

Essa saudade que sinto
Sei que tem data para findar
e a verdade é que não percebi
O seu momento e o seu interiorizar

Pelas andanças e trocas
A ti quero sempre compartilhar
E essa ausência física-virtual
Tem um porquê além do meu imaginar

É momento de espaço
E também de cuidado
Para sorrir juntos e cantar
Frente ao trabalho que se aproxima

E as trocas que vamos realizar...
Talvez eu deva pedir desculpas
Por uma insistência inconsciente
Mas sei que está tudo certo

Junto ao porvir evidente
Então deixo meus votos de cura
Para firmarmos em comunhão
Com a consciência pura

Do querer estar sempre em prontidão
Os processos contínuos
A eles devemos atenção prestar
E a sabedoria consiste

No entendimento e ensinamentos
Perante ao esperar.
No silêncio se manifesta
A sutil verdade em nossos corações

E no abraço entramos em festa
Perante o encontro
Dos nossos novos corações.

Até breve!

R.

Raiou, raiou!

Acordou com uma sensação distintas
Uma alegria que, inexplicavelmente,
Permeou o seu corpo desde o pé
Ao pequeno fio de cabelo de sua tundra cabeleira

Sentiu o amor por inteiro
Reflexo à sua natureza...

Percebeu-se inteiro
E sorriu ao ver-se no espelho
Lavando seu rosto das aventuras oníricas
Entendera ali, à felicidade atrelada ao verbo amar

Registrou os primeiros nuances do céu
Guardou em sua memória, estes tantos bytes de magia
Seus olhos eram a lente da mais preciosa câmera
E o "click", ativado dentro do seu coração.

A alegria de criança,
O sorriso e a dança
O respeito pelas forças silenciosas
Da verdade, do amor, da esperança

Deu seus primeiros passos rumo a mais uma aventura
Outros pedalam perante a esta grandeza
Com firmeza e ternura
E o jovem ali, sentado com sua alegria

Na fogueira feita com a calma chama do amor
Iluminando e aquecendo o seu coração
Corpo são, mente sã
E o profundo respirar junto a esta canção

Agradeço ao agora,
A trilha que continua
De reticências são feitos estes versos
Pois a vida sempre muda

Nas rimas,
Nas percepções
Junto ao amadurecimento
Com os nossos anciões.

R.

feitio

Firme quero ser
Para poder trabalhar
E ajudar no acontecer
Do novo dia a raiar

Peço força a meu Pai
E também muito amor
Para realizar este feitio
Com esmero e esplendor

Façamos meus irmãos
Cada um a sua parte
Com amor no coração
Trabalhando pela verdade

Vamos em frente arrumar
O salão, a nossa morada
Para assim nos firmar
Perante a esta estrada

Com calma e certeza
Vamos juntos, meus irmãos
Atender a esta grandeza
Que nos limpa o coração

Assim foi anunciado
A data está para chegar
E sem preguiça ou esmorecimento
Vamos todos ajuntar

Viva o nosso feitio!
Viva a nossa união!
Viva o Santo Daime!
Viva a luz que habita em nosso coração!

Com amor,

R.