"Começando a andar, simples passos em pouco espaço. Sinto a forma que meus pés tocam ao chão, formando um triângulo, formando um aconchegante e macio local para pisar. Foco minha atenção, em um céu, hoje cinza, mas que mostrou sua beleza e imensidão azul com uma claridade mais do que dourada. Eu ando distraído, perdido em pensamentos, perdido em sorrisos, que por forma, são teus. Estes que encantam meu inconsciente, meus sonhos e agora, minha forma de andar.
Ando sorrindo, todos olham para minha pessoa, não entendem, não precisam entender, o que importa é o que levo comigo, dentro do meio do peito, pulsante, enviando para minha mente, meu eterno coração.
O que percebo é sobre a forma como tudo acontece, a proximidade que aquece e abraços sem soltar. Eu digo, eu vivo e eu vejo o tudo que há de mais belo, seja por desejo, seja sem ser.
Há em mim agora, uma parte tua, esta, designada pelo meu Eu, onde lá, estará sempre a tua imagem, naquele momento, naquele segundo, importante e sem fim. Mostrando o começo, meu esboço, meu caloroso corpo que procura permanecer aqui.
O “nosso”, o que é? Há então a recordação mencionada, a imagem gravada, os momentos bons. Não há ruins, basta-nos mudar o ponto de vista, basta-nos perceber, o que penso agora? Sincero e puro. Satisfatório, em outras palavras, perfeito, por ti.
Ao primeiro passo em algo perdido, uma perda significativa, marcada para sempre, não por lágrimas, mas pela calma e pela alegria. Assim é, o que penso, o que sinto e o que procuro. Em futuro, não é somente o que anda pela minha mente, em presente, faz-se uma pequena parte, mas a ti, meu coração, de alguma forma, bate."
(Rafael Nicolay)