novembro 30, 2010

Transparências.

            E que eu observei nos olhos daquela mulher, fora mesmo enxergar e não ver, sua tristeza, seu medo, sua humildade. Seus sentimentos e ressentimentos da vida, do mundo, próprios. Era bem estranha a forma, feminina, que me encarou, lançando seu olhar de piedade, misericórdia, mas talvez fosse fuga, ou o próprio medo. Amarrada aos livros utilizando os braços como cordas, duas bolsas em seu ombro esquerdo, uma sacola que tampava seu ombro direito e sucessivamente sua lateral direita, era diferente.
            Quando se percebe a tristeza dos outros, a sua dor se pode aprender a gentileza, verdadeira humildade, atos de respeito.
            Transparente tudo isso, não?

(Rafael Nicolay)

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