abril 30, 2017

mudanças

perdão
por usar em demasia as palavras
por insistir nos hábitos quando a mudança é como a flecha
e foi disparada iluminando o céu

chegando a os olhos de todos
apontando às estrelas
mostrando a mansidão serena
presente em todo o universo

que meus olhos possam ser o telescópio
visando o amor
e entendendo o tamanho esplendor
com serenidade e seriedade

como o canto de toda natureza
que representa a eterna beleza
da união de dois corpos em ascensão
para a criação da vida

és deveras um desafio
entender que o peso que sentimos
vem dos nossos efêmeros encantos
para suprir nossa vaidade

e cá estou, neste muro que edifiquei
procurando a solução que eu mesmo sei
mas que, por descuido e desculpas,
mantenho como própria lei

tudo há de se resolver
quando eu mesmo perceber
que o momento é agora
e que a mudança não vem mesmo de fora

perdoa-me

R.

abril 28, 2017

vigília

É preciso clamar
É preciso rezar
Acender a fogueira
Sinalizar ao irmão

O castelo de portas abertas
O dragão que adentra pela brecha
De onde se menos espera
Eis que nasce a rebeldia

Ou se desenvolve por teimosia
Com o intuito do Sagrado
Ou a desculpa para o ato falho
A sutileza sai de cena

O guerreiro levanta sua espada
Perante sua própria armada
E insiste em trilhar seu rumo
Mas agora, com nova montaria

Flechas são atiradas
Mas não em sua direção
São incandescidas
Para acender as fogueiras da vigília

A guerra é interna
E o soldado se esgoela
Mas o seu coração ainda dói
E a verdade, que outrora lhe inspirava, agora o corrói

Ó bravo caminhante
Não deixes de se lembrar, por um só instante
Que a efemeridade da vida
Depende mais dos passos que podemos dar

Do que esticar as pernas perante ao achismo do que cremos alcançar...

É paradoxal, pois a fé nos ensina a crer no impossível
Mas de que lado do muro queremos saltar?
Por fim, volto a clamar...
Por ti, por mim, por nós...

E a Vós, peço a guia e sabedoria
Para contra todo tipo de magia
Que não venha do coração
Mas sim por intenção.

E na Verdade tudo será desfeito
Pelo Pai Criador e o seu verdadeiro seguidor
Justiceiro Celestial
Que empunha sua espada de flama azul

Salve-nos, redima-nos, eleve-nos.

Por amor,
Com amor,
É amor.



R.

há leveza

esse bailado que se tem uma música
declarada como vida
recitada a todos os cantos
para os poetas, sereias, marinheiros e praianos

reverbera na grande teia que nos liga
um pingo bate aqui, outro sente ali
um canta lá, outro respira cá
outrora voa, outrora agora

somos passageiros dessa embarcação
que vai rumo ao mar da mansidão
e o vento vem, as ondas vão
eu sigo aqui, com caneta e papel em mãos

e procuro escrever, ajudar, rir, pular
poetizar os pormenores do que sinto
do presente que recebo
de Deus, do ar,
da Terra, dos Orixás

das cachoeiras, matas, montanhas
dos pássaros, das plantas
da nossa mãe, da divina Rainha do Mar
Eê, Iemanjá.

R.

abril 25, 2017

e s p a ç o

espaço
e s p a ç a d o, necessário
devido e puro, justo
verdadeiro

coeso para a ideia que precisa de tempo
espaço-tempo
atemporal
meditativo, racional

mas mais que isso
o, sempre, espaço
é emocional,
transversal e direcional.

escolha tua vertente
o vento sopra na mente
cabe agora, saber respirar
espaço para se afastar

e abraçar outra vez.

R.

abril 24, 2017

Ogum, Cavaleiro Divino

Salve o Cavaleiro
Que veio balançar o mundo
E balança aqui neste terreiro
A prova do amor profundo

Com sua lança, abre os caminhos
Com a sua força, toca os sinos
É a cavalaria celestial
Nos dando força contra todo tipo de mal

Salve a esperança!
Salve o brasão de Jorge!
E a sua luz para com toda a humanidade

Os caminhos abertos estão
Não esqueça-se da verdade que habitas em ti
E assim saberás como domar o teu dragão

Salve Jorge,
Da Capadócia!

R.

abril 17, 2017

orbitando

estou em órbita
sinto meu corpo ser puxado à favor de um tipo de força
sei que o desconhecimento desse estado é o que me fascina
mas dar luz a isso, pode ser, uma resposta à sua existência

levito,
na presença de uma leve força gravitacional
assemelha-se ao fundo de um oceano
deveras, particular
e com tamanhas peculiaridades

aos poucos, as luzes que cintilam
demosntram partes de minha memória mundana
e meu ego, na ausência de qualquer ponto de partida
agarra-se saudosista à momentos de temporalidade distinta

sei que tudo ocorre nessa existência
eu, enquanto carnal, flutuo
no oceano de fatos que minha pequena memória consegue
por lapsos, compreender

retorno ao eixo, recuperando o fôlego
cheguei novamente a superfície
e a cada mergulho, um novo pedaço de mim, revela-se.
e em todo segundo, a noção do eu se torna etérea.

somos viajantes
rumo a constelação inata
ou à porta intacta
que habita no cerne de nós.

R.

abril 15, 2017

regeneração

Nasce, em momento oportuno
uma força preponderante sobre todo o meu ser
À ascensão de todo este poder
traduzido na mais simples e profunda palavra

És perante ao sacrifício,
seja qualquer o ofício,
Que este mais belo poder nos traz
uma de suas ramificações, definida como a paz

E este sentimento, crescente em constância
nos mostra a tamanha bonança
De nosso Pai criador,
também, que em todos os momentos é o nosso redentor

Em suas linhas complexas
a simplicidade é o que penetra nesta aresta
E ensina-nos o mais precioso entendimento
que nos sustenta no breve momento

Que chamamos de vida...

E, caro leitor,
nestas palavras simples e talvez desconexas,
espero que fique claro a raiz de toda bondade...

Que em palavras, é o anagrama do local de sua demonstração
E em tradução, é a verdade e o caminho que, deveras, é por opção.

amor

R.

abril 12, 2017

Da vida.

Ó Aurora!
Tu, a mais linda das flores
Que encanta os ouvidos com suas cores
E nos mostra o valor para com nossos amores!

Sois luz, que ilumina não só a minha
Mas coloca a consciência à escuridão
Da união entre as forças da floresta
Nos ensina como és bela a tua orquestra

E guia-nos perante à ilusão
Nos emociona e saudosistas ficamos
Ao retorno para tua mansão
Que suas paredes, feitas de amor

Tal qual o Mestre lhes ensinou
Só posso chorar e agradecer
Pelo momento do meu viver
E quiçá tentar fazer

Aos poucos, minhas preces,
Trabalhar com o que tenho e sou
À limpar estas vestes
E não me esquecer de olhar pro céu

Tal qual a boreau,
Que nos acompanha rumo ao véu
E retira-nos da dúvida,
Permanecendo a certeza no coração

Somos luz
e iluminamos a escuridão.
E assim louvamos para sempre
o mistério da criação.

Com amor,
R.

abril 11, 2017

o que nos resta... viver.

é um resto de toco
um tanto sozinho

e também é a talhadeira
a hora de retirar a casca velha
e jogar na peneira
resgatar em nós, o que nos resta

é amor, é com dor?
sofrimento?
eis o mais solene dos momentos
aquele que antecede a transformação

é a renovação da alma
quando se olha pro coração
atinge certeiro com sua flecha
e nos diz que fugir não é a festa

que sempre achamos como solução
olhar pra dentro, bem lá dentro meu irmão.
e assim, talvez, perceba os fragmentos
que rodeiam os teus lados

tu, de pé, estás nesse cubo orquestrado
talvez, por tua própria mente
ou por um estado, há tempos, dormente
és a hora de se libertar

e olhar para a raiz que insiste em ficar
talvez sua retirada seja sofrida
quiçá a jornada mais difícil da tua vida
mas aceite ela com o teu coração...

assim, como hipótese do que sou,
encontrarás algum tipo de salvação
se não a tua própria
para com tudo que fizeste uma proposta

e peregrina, andarilho do mundo
estás na matéria por um mistério profundo
e a verdade, só saberás ao final da jornada
por hora, dê atenção a tua caminhada.

R.

abril 06, 2017

salve Oxum, salve a Rainha do Mar!

eu ganho abraço enquanto canto ao louvar quem me encanta quem me dá forças para continuar e quem, de alegria, me faz chorar seja na beira do rio ou na beiramar eu sei que vou continuar essa trajetória incerta para chegar na verdade aberta ao coração lavado a alma renovada o sal é jogado... e as ondas levam o mal olhado limpeza, leveza, firmeza! eu oro, eu canto, eu choro! eu peço humildade pois é só com amor, que se conhece esse tipo de bondade e só sendo humilde... para navegar neste barco da verdade salve mamãe Oxum! salve a Rainha do Mar, Odoyá!

R.

abril 03, 2017

ama à Deus.

falo do que vejo
percebo em minhas entranhas o desejo
e não sei a melhor forma de corroborar
o que vivo, estudo e o que procuro ao caminhar

de tamanha teoria, vejo que não a possuo
pela falta de uma compreensão
ou de tentativa em ler as escrituras de um irmão
que se fez presente e para sempre está

é também pai, aonde quer que eu vá
e eu como filho, perdido em minha ilusão
reluto em aceitar o caminho dá visão
que é demonstrada na mais bela das gargalhadas

há, porém, um porquê simétrico
de submeter-me a tantos pensamentos poéticos
mas de rima, faz-se um quarto do dia
seu restante é dança e a recitação mais leve de qualquer poesia

que seria de mim, ingênuo ser
se não pudesse admirar o espelho que reflete o meu querer
e assim, tentar das artimanhas do meu ego
enganar minha própria mente em um mundo cego

talvez, seja mais uma mentira que insisto em recontar
e por tanto dizer, acabo por me enlaçar
mas tolo, sim, eu mesmo, o poeta
percebo que para este presente não possuo uma festa

quiçá, a escrita de uma partitura divina
em remissão aos tantos pecados que o meu Eu continha
e mantém... na mais bela forma de se tornar refém

daquilo que me enriquece,
em contrapartida ao que literalmente remete...

pois bem, meus irmãos...
de que adianta o conhecimento sem razão
ou sua reprodutibilidade sem o Todo resplendor...

para muitos, para mim, ser ignóbil.
é a singela falta de amor...

mútuo,
próprio.

R.

abril 01, 2017

o mundo

o mundo a tua volta
possui tantas forças e grandezas
e és lindo como o sopro do vento
e o canto das aves-marinheiras

és o local em que tua matéria repousa
e o ninho para o verso à sua volta
seria a revelação? mas de onde vens?
percorre os vales e matas... Tuas florestas!

e acompanha a junção das águas
com a imensidão do mar
és a mais bela de todas as festas!

e todo povo surge neste novo lar
e de amor, seus ninhos passam a regojizar
para com o todo, avoar.

aqui, lá e em qualquer ser-estar.

R.