desprendo-me de vez
num ímpeto de dor
vasculho as origens físicas
excluo as memórias além da mente
deixo à matéria,
o ato da ação
e ao tempo
a minha devoção
esta dor, não mais
este torpor
não agrada-me
revisitar-te
insisto em criar uma mínima esperança
com o intuito de amizade e bonança
mas o tempo não é o agora
este, ruma para aurora
do meu próprio coração
que ainda, costurado
goteja
e esta remota dor,
lateja.
deixo fluir, deixo sair
peço com o coração
ajoelho-me perante a verdade
peço ajuda para lidar com esta ilusão
de passado não se cria o agora
apenas aconselha o porvir, outrora
destas palavras, deixo meu mais sincero obrigado
mais uma vez, sincero, sem ser por agrado
para tudo o que foi
para que o novo possa florescer
esta é a semente que planto
este é meu desejo em pranto
não o de esquecer,
mas de lembrar, sem doer.
R.
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