dezembro 20, 2016

Paz indescritível

Para os torpores do mundo
Que a firmeza adentre o coração
Que a paz firme o pensamento
E o amor una as intenções

É com amor e firmeza que canto
Com certeza e humildade
Sem espanto ou vaidade
Há de nos acalmar.

Chega no mundo uma verdade
Antiga e serena
Para cada um, cada universo
Cada ser, cada sopro interno

Que nos leva e nos mostra
A caminhar com nossos irmãos
Em cada passo, não mais uma projeção
Mas a certeza simples

Que nos mostra o amor
Em tantas outras dimensões
E vai além do tempo
Para todas as direções.

Haux!

R.

dezembro 19, 2016

ópio

És carne, em delírios meus.
Adentro um campo que remete a momentos teus
Seguro de mim, incerto do amanhã
Cá estou, sentado neste divã.

Como alguém que deseja mudar
E, ao mesmo tempo, perpetuar no olhar
Para com a pessoa amada
Eis que o desejo da carne traz nova retomada

Mas será, tal desejo, satisfatório?
Em contrapartida, a plenitude de um ser ilusório?
Qual das ilusões tu não aceitas ver?
Tantas perguntas para um ser que diz crer...

Por fim, eis que a resposta reside no coração
Assim como atitudes postas em ação.
Presenteia-nos com sua sinceridade
E nos mostra quem somos, de verdade.

R.

dezembro 09, 2016

torpores.

corta, rasga, pulsa...
em carne viva... viva dor
estende-se além do pensar
em súbito turbilhão, sem parar...

tal qual o veneno bebido
eis que o ferrão se encontra em local específico
no peito, na direção do coração
mas eis que uma luz traz certa proteção

pois mesmo com toda possível dor
reside uma força imensurável no amor
que acredita em caminhar
não permitindo aos pensamentos ganhar

numa batalha invisível
quem tem amor, entrega-se ao impossível
como respirar a brisa que a força do vento traz...
é a despedida e a vinda da liberdade e da paz.

Não importa o tempo
Mas os bons momentos.

R.

novembro 14, 2016

amor próprio

eis que chega em meu peito
uma verdade plena e serena
que desmancha o preconceito
e os algozes internos perdem a cena

admira-se o Eu verdadeiro
busca-se por um conselheiro
que reside no amor
e que finda tamanha dor

de toda busca externa
para com toda vida na Terra
basta querer olhar
mas veja bem, a sinceridade há de perdurar

não existem mais dúvidas
apenas meias verdades
o coração sabe qual caminho trilhar
basta limpar a conectividade

que vem, cedo ou tarde
e nos permite tantas opções
cabe a nós, atenção
e levar o amor que quebra os grilhões

Da alma, da carne...
À vida, sem vaidade!

R.

outubro 24, 2016

meia boca

por penas fáceis de se arrancar
por vaidades além do que se costuma imaginar
por verdades que costumam ser elevadas
por saudades que são sempre conquistadas

ante à palavras meia boca
mais vale a boca sem palavras

e o olhar que penetra a alma
que ele ancore em minha calma

pelo tempo que houver
por momentos em que o couber.

...

outubro 20, 2016

um ponto

eram verdades ditas, sobre tudo o que sentia
havia ali, um certo empoderamento em cada palavra dada
as vezes, encontrava o desatino de palavras mal ditas.


como um turbilhão, equipara-se a tantos outros furacões
entremistura-se na mente e na carne
reflete no peito... na alma... na sua verdade.


o que mais importa, em suma, foi a catarse
a liberação do que não serve mais... mas?
indagações que chegam à mil por pensamento.


e a resposta reside no coração
não se aplica a quem está de fora... não está fora
nesse momento, tudo está dentro... de cada um de nós.

outubro 13, 2016

rumos...

que tipo de ciência é essa
que se estuda o exterior ante a matéria interna
que insiste no ceticismo
que influencia a permanência do comodismo

quando se apresenta apenas uma direção
eis que a resposta reside no coração
independente de todos os fatos
a memória que deixamos está em atos

e a transcendência cá está
pelo simples fato de ser e pensar
o caminho, deveras, árduo
jamais definirá a vida por fardos

ante a escravidão para com o que se sente
há uma verdade latente
e um olhar mais do que sincero
emotivo e bastante direto...

àquele olhar.
d'àquele coração.

R.

setembro 22, 2016

#1 try

era uma vontade de fala
com o gosto delicioso da saudade
dos teus tons e frequências... hertz!

ele dizia para sua amante:
- What kind of mood are we for tonight?
ela respondia com a certa dificuldade

mas com alegria explícita nos olhos:
- I'm in your mood, honey!
e ele com um sentimento subindo ao peito

sem titubear ou hesitar quis tentar um verdadeiro diálogo:

- So, what are you feeling?
- I mean, I know how hard it is, but...
- But what?
- I really want to pass through this for you, but I can't... So...
- So, I guess we can hug each other, don't you think?

For a night, for a day, for the whole winter
The spring has come and bring it's love like a splinter,,,
From heaven, from nowhere, from me and from you
This is the meaning of life, separated and going through.

Love and caos dancing through the dark
Seeing and singing the coming of light

- It's kind of silly..
- May be... Or it's just like it needs.
- Indeed.

setembro 13, 2016

retorno

me aprochego de tua essência
pois foi assim que vim
sem máscaras.. apenas os pensamentos sobre o que sou

o não levantar do falso testemunho
que se desdobra e ecoa por todas as partes de mim
fragmentado estou, mas em comunhão ascendo.

talvez fosse assim, o ato de nos descobrirmos
e que a recolha de fatos seja a vontade de prosseguir
de liberdade, de estarmos juntos aqui e ali

não há, de forma alguma
amor fardado.
há amor, almado.

com amor,
R.

setembro 12, 2016

palavras..

era tarde do dia e antes da noite chegar
nuvens pairavam sobre a cidade
a certeza de que um dia nublado e cinza surgiria no exterior

estava prostrado, exatamente as 3:29 do tempo
do dia e do momento em que resolvera escrever
seu íntimo sem muito o que falar neste e naquele espaço

estava cinza, com sua xícara de chá vazia e a ânsia pelo demasio do café
sentia-se prostrado à sua própria experiência e aceitava o fato
de não querer mais exercer sua função e viver no âmago de suas conjecturas

achava-se inteligente por saber conversar, as vezes, com sua alma
mas ao mesmo tempo, perdia-se para os devaneios mundanos
estava ali, externalizando tudo na sequência de palavras de seu consciente

estava... deixou elas guardadas para mudar, uma vez mais.


R.

setembro 08, 2016

ansiedades, verdades.

Por anos aceitou um fardo inconsciente
E caminhava de forma crente e descrente
Não entendia o seu desesperar diante das oscilações
Era prisioneiro da sua consciência com vãs alegações

Acreditara que o mundo era apenas o seu ninho
E percebeu que, deveras, o mundo é um moinho
E que todo o fardo há de se mostrar
Como uma maneira diferente para se abraçar

A verdade, ou uma delas,
Consiste na vaidade que submetemo-nos perante a Ela
Que nos emoldura como bem entender
E nos cria uma certa anseio pelo viver.

O poeta ainda aparenta ser idêntico ao que fora outrora
Mas surge novamente a luz do que precisa jogar fora
E entender, por vezes, que não lhe cabe aceitar
Fardo algum quando o quesito é amar.


R.

agosto 19, 2016

entendido?

Eu queria entender a tal paciência,
Busco e vejo tantos outros afirmarem tê-la encontrado
Mas o que será, que em todo esse caminho, estou fazendo errado?
Talvez eu esteja olhando para um horizonte em divergência

Com o Eu que quer, anseia tão solenemente por tal encontro,
Ao mesmo tempo que esse ser entende que a vida é composta por outros pontos
E que o mundo gira, no tempo necessário...
És como a deriva da vida, num loop imaginário.

Portanto, cabe a quem quiser...
Tamanho esforço para essa busca
Que intermitente se apresenta
E quando aparenta estar perto dos olhos, ofusca

Assim, vou seguindo na tentativa de entender
O paradoxo que habita o meu viver
Mas que de rimas pobres, canta! Todas as noites.
E de velhos hobbies, acaba aceitando o tempo do acoite...

"Paciência..."

R.

agosto 14, 2016

um pouco sobre o agora.

Arde no peito a vontade
De mudança, de revolta, de esperança
Cabe nas mãos a vaidade
De quem quer se despir, viver e se unir.

Adentra a mente, em lentidão
A percepção de eventos
A válvula que transmuta o Eu
Para outros acontecimentos.

Presos à carne, ao pecado original
Caem em prantos, como algo terminal
Ante ao indagar da verdade
Tal qual a passagem da matéria ante a viagem.

De onde vamos para o que somos,
Do que eternizamos para o que deixamos
De fato, o outrora não existe e permanecemos presos
Ao nos esquecer que o agora é tudo o que Ele disse.


"Indagações, movimentos, sinais, desejos..."

R.

julho 03, 2016

aqui, agora.

Foi como a maior iluminação
De dois corpos em existência
Na mais pura essência
Do que a matéria pode exibir

Era o ponto de transição
Para a transcendência da visão
Para um amanhã de coração
À toda bondade do porvir.

R.

julho 02, 2016

novos pontos

E eis que chega o momento
Em que todo homem vai perceber
Com claridade divina
O que deve escolher

Para crescer e cultivar,
Permitir germinar
O bom ou mau que habita em nós
Que mora em nossos lençóis

Nós, mais que habituados
O que coabita nem sempre é julgado
Mas de forma alguma, estes versos são sobre uma escuridão
Representam, deveras, o olhar para iluminação

Eis que cá estou, num despertar para minha solução
No adentrar na memória quanto ao hábito
Percebendo que atos são diferentes e ocultos fatos.
Por fim, o recomeço é ponto que resultou...

Do observar da vida e do restar que sou.

Rafael Nicolay

junho 27, 2016

claridão_

Eu serei bem claro.
É amor... É do amor que preciso.
Sem confusão ou qualquer palavra omissa
É disso, sei que é!

E sem tantas entrelinhas
Mas que tenha aquela tal percepção da linha
Que tudo é mágica e sempre será
Mas não, nada de ilusão!

Aqui, neste momento, penso eu
Ilusão é estar imaginando o que sucedeu
A essa troca intensa de ser e estar.
Temos muito chão pra caminhar!

Ousadia? Seria omitir tamanha verdade
Que do amor, a gente faz sem vaidade
Pra um cado cá e lá
Até a hora de escovar...

"Os dentes, num mesmo banheiro, um mesmo lugar"

Rafael Nicolay

junho 21, 2016

prostração.

Começo a despir-me
De tudo que emoldura a alma
E que, ao passar das primaveras,
Me comove e retira-me da calma.

Como o ato de navegar,
Tal qual o de ser e estar...
Mas o que sou? Pra onde vou?
Cabe a mim, saber da direção?

Se tudo o que vejo anda em contra mão,
O que anseio pode ser o veto de minha condição...
A libertação do cárcere da mente,
Para afunilar, estreitar, os laços da emoção.

Esta que consola meu choro seco,
E que ao estado de bom senso, permaneço.
Quiçá, saberei mais das dúvidas do amanhã...
E por hora, contento-me com minha consciência sã.

Será esse o meu novo amanhã?

maio 11, 2016

o fosso.

é uma insegurança
como a de outrora
só que agora
muito mais forte para que qualquer fiança

possa pagar
ou que qualquer retrato possa apagar
é o Eu inseguro
que não há de refletir o meu futuro

pois é o preço de todo lado interior
quando revelado à mente de seu receptor
a linha tênue entre um bom
e a mais densa depressão

do ser, da alma, do estar
que anseia por um colo ante ao choro
e pensa nas voltas do mundo ante ao consolo
mas que luta pela paciência de um amanhã chegar...


Rafael Nicolay.

abril 01, 2016

o inseguro.

fora inseguro por uma vida
quisera, dentre sua introspecção, viver
duas ou mais, de forma destemida
ficara no pensar e deixara de explicitar...

a fraqueza que vem do silêncio
a fala interna e desesperada
e o achar exacerbado
do outro que pode nos dar um julgo errado

há, mais do que tudo, uma força no ar
que independe de onde se está
e muito menos do auto-afirmar
ou do medo que existe ao olhar...

e existe, além disso, uma solução
que nos foi tomada sem a passagem por tamanha pregação
a qual está intrínseca à carne e à percepção
que é o ato de entendermos uns aos outros como irmãos.

e que isso independe de religião
quando a ação requer o amor e a comunhão.


Rafael Nicolay.

março 23, 2016

verdades

não vem... não...
a inspiração perfeita
a simetria bem feita
entre os versos e os acasos

dentre os cânticos e os aplausos
fica um quê de mistério... será verdadeiro?
e a reposta reside no palco
no coração de quem realizou tamanho espetáculo

e neste mundano coração
habita também a tua imagem e sensação
que irradia todo o meu ser
que ilumina o meu viver

sobre as verdades que existem
eis que a vida revelou uma a mais
com um singelo pique
entre o pega de corações em paz...

"A verdade que nos diz:
Eu amo. Tu amais.".

Rafael Nicolay

março 02, 2016

re-viva

a vida é um ato de rebeldia
contra as marés universais
vide a entropia
entenda a sinergia...

eis que um dia a casa cai
a flor renasce
o amor se esvai...
mas o que fica?

a ganância?
o materialismo empregado?
quantos bens conquistados?
ou o humanismo passado?

transcende, por fim
relute, por ti
respire por nós...
jamais estarás à sós!

"Reviva, enfim..."

Rafael Nicolay

fevereiro 03, 2016

o ele

ele quis se embebedar de certo conhecimento
estar convencido sobre sua própria sombra
estalar à mente, brilhantes soluções
murmuriar, na calada da noite, tamanhos ideais.

era assim, um destemido imprevisto
que procurava o travesseiro de quem ousasse
as longínquas questões atravessar
mas com a maior das dúvidas em mente

por um tempo, assumiu sua prepotência
partilhou dela com diversos inquilinos
até mesmo com sua família, com sua arrogância
estes, não alugariam nem o ar que passara por seus pulmões

tentava, após todos os fatos, esconder-se de si
mas como fugir de seu consciente... sabendo de sua fuga?
intencionalmente, prostrou-se e começou a expirar
expelir o que outrora lhe fora útil...

a chama incesante do saber... a sua divindade:
a razão e o coração.
quisera entender um mundo dividido...
analisou, por demais, e acabou perdido

"Entendendo, por fim, que começara a viver..."

Rafael Nicolay

janeiro 28, 2016

Projeções.

Observo o peso de minha sombra
Afinal, qual valor inteligível seria?
Relacionado à uma característica física?
Ou a mente que assombra a vida?

Adentro, dentre as salas da psique,
O armário do zelador.
E percebo que ele,
Seu cargo deixou...

Por quanto tempo ficará fora?
Deveria eu, portanto, limpar agora?
A bagunça de severos pensamentos...
Mas, não estávamos falando de peso, no momento?

Acredito que, por fim, não sei o que focar
Perdido em tamanhas projeções
O meu ser insiste em ficar...
E qual delas virá à realidade?


"Em qual delas deposito minha real necessidade?"

Rafael Nicolay

janeiro 15, 2016

Ela.

Ela que é um tanto diferente
Madura e prontamente potente
Que emoldura e cria outros Eu
Para si, com um toque do romantismo de Deus

E possui desenvoltura
Eis que percebo que és uma aventura
Que habita o meu inconsciente
E devora o meu peito ardente

É, deveras, uma maneira de aprender
Um hábito, o teu viver
Que merece admiração
Mas sei que não buscas mérito ou atenção

Dentre todas as percepções desse outro cosmos
Não muito distante estou
Explícito está, a liberdade constante
De uma essência pura e relutante

"Contra as imposições de um mundo...
Que se esqueceu de crescer e, por fim, empedrou".




Rafael Nicolay