junho 24, 2012

Órbitas.

Eu, quem ansiou pela felicidade
Acabei por encontrar a tristeza
E ela, doce tristeza,
Acompanhou-me por pura beleza...

Que emanava de um singelo coração
Jaz, de esperança e somente com a aversão...
De todo o tipo de felicidade
Deveras, triste por imaculidade.

Eu, quem ansiou pela esperança
Acabo-me em um lago nebuloso,
Sem saber em qual margem estou
E preso por mal conhecer para qual direção, vou...

Sou um instante passo,
Instantâneo ato do desespero.
Nadar ante afundar e ficar parado...
Calado... Pois, em um momento...

"Eu fui feliz...".

Rafael Nicolay

junho 20, 2012

É samba?

E eu volto pelo samba
Para dançar com a dama
E quero poder brincar...
Quero brincar de amar!

Mas veja bem...
Pois amor é coisa séria
E sempre será... Amém!
E o amor, é para meu bem...

E de Chico...
É de Chico que vou...
É com a roda viva...
É com a vívida vida.

E eu volto pelo samba...
Mas o que tem Chico com samba?
O que tem o ovo com a galinha?
O que tem... A minha vida...

"Com esse sambinha?".

junho 17, 2012

O vazio.

E o clamor nosso de todo dia?
E o amor...?
Que supera qualquer tipo de alegria.
E a vida?

O vazio... Ah, meu querido vazio...
Eterno e finito,
Pois em hora, agora, me mantém
Outrora eu quem o faço refém...

Talvez a vida esteja demorando
Ou o trânsito está apelando...
Para pouco de meu alívio
Ou estou apenas fora de convívio.

Em cativeiro de uma carne banal,
Entre os laços de um amor imortal...
Talvez as palavras me calem com o tempo
Porém, hei de gritar para com os ventos...

"Da minha própria trajetória..."

Rafael Nicolay

junho 13, 2012

Talvez...

Talvez seja a inteligência
Que levou o homem à Lua.
Mas quem o levou até o coração?

E talvez seja a mediocridade
Sua forma de expurgar tamanha dor...
Ou talvez seja ausência de sabor...

Saber... Talvez seja a simplicidade,
Ou quem sabe a solidão?
Talvez ele precise de uma nova emoção.

E se precisar... E se procurar?
Perdido sempre se encontrará...
Mas quem o levará até o coração...?

"Senão o amor, não obstante, sua lição..."

Rafael Nicolay

junho 08, 2012

Um doce passado...

Ah! Meu doce passado,
Quantas experiências me proporcionastes,
Quantos amores me revelastes,
Porém, hoje, fidedigno a um, apenas, sou.

Oh! Meu doce arado,
Que de sementes brotaram árvores,
E de cada uma, colhi bons e maus frutos...
Mas a cada uma, deixei estampado o teu valor original.

Ah! Vida amada,
Que a todos renova, em dias de sol, em dias chuvosos,
Que aos poucos entoa, com os ventos, as notas
Do teu esplendor matinal.

É de passado que eu vivi,
Por quanto foi o tempo antes ao teu encontrar
E de histórias eu supri,
A carência dos ventos por notas a ecoar...

"Que aprazem os tempos,
Ante ao momento de te amar...".

Rafael Nicolay

junho 06, 2012

Evitar...

E se meu Senhor me tirasse a vontade...
Do Teu mundo, amor... De Tua prória santidade?
E a cada dia eu parasse em um canto qualquer
Perdido a cada passo no lugar que eu quiser...?

E se eu buscasse com todas as minhas forças,
Encontrar, em alguns instantes, a Fé que procuro?
Prostrar-me ao chão durante a noite sem saber o que acometerá
Meu futuro...

Talvez a resposta seja evitar...
Evitar mudar mais uma vez,
De lugar, de lar, para com o Sol poente...
Eu não sei...

Perdido estou... Nesta órbita do tempo
Em entranhas do meu pensamento,
E ao escrever... Mudo o meu relento...
Mudo ao invés de esperar...

"Esta neblina se dissipar..."

Rafael Nicolay

junho 01, 2012

Parto-me.

Não hei de pedir lindas palavras
Ou a tua sutileza... Gentil.
Eis o que proclama a própria rebeldia...
Aquele que não reza mais Ave Maria.

E com todo o respeito...
E com todo o desapego de si
Preso e prostrado diante de sua loucura
Entra em um súbito momento de riso.

Gargalha até que o desespero encontre o endereço de sua face
Esmigalha a esperança ante ao levantar-se do chão...
E de cócoras perece e posterga seu mau olhado
Seu tempo e seu achado.

Uma infindável resposta que possui dentro de si,
Ó! Pobre poeta desacreditado...
Encontrastes tua própria miséria
Dentre teus sonhos e prosopopeias.

"...".

Rafael Nicolay