novembro 27, 2015

"amigos"

era o dito pelo omisso
a vontade pelo submisso
o entretenimento pelo vício

de tentar agradar, mas a quem?
sujeitar-se a vontades, mas de quem?
afinal, existe o abuso, mas por quem?

de tudo o que fica nas entrelinhas
amigo é quem traduz os pormenores
e deixa o secreto para o passado dos dias piores.

fica, assim, pedindo voz
aquela vontade atenuada
a verdade que jazia calada...

"Até os dias atuais...
Amigos secretos? Jamais."

novembro 25, 2015

amor_pt.2

Amo o poema
Ante ao poeta 
Que recita a poesia 

E proclama os versos 
Com um ar de maresia 
E um quê apaixonado 

De amor com nostalgia 
Do novo que anseia por viver 
E do velho que se permite transcender...

Entendo o amor como algo sem medidas 
Quiçá, compreenda todas as galáxias, ao final 
E abrace todos os poetas, poemas e poesias... 

"Afinal, amar, dentre todas as hipóteses, é um ato universal..."

Rafael Nicolay

novembro 15, 2015

dor

Doeu, bem no peito...
Os destroços que acertaram o coração
A mania sensacionalista de mais uma nação
De remediar a dor com ódio.

Ardeu, bem no corte
A incerteza de que tudo se acertará
A forma como o medo há de se propagar
Ainda haveria maneira de recuperação?

Sentiu, bem na alma
A vaidade de uma elite sem igual
Ponderando sobre o que falar, para quem e qual...
Seria a manchete mais impactante pro ibope do jornal

Morreu, bem na lama
A vida que tentou avisar
O natural que deixou este lugar
Para nascer algo vil que continuará a matar...

Assim, como ilusório cidadão
Todas as partes do meu ego caem
E numa tentativa de suplicar aos que destroem
Imploro pela esperança de quem reconstrói...

"Os laços que se romperam...
Partiram..."


Rafael Nicolay

novembro 08, 2015

a_mar...

Há de prevalecer o tanto que sinto?
Assim como o poema que omito
Deixo que ele deambule em meu cerne
Entendo os meus anseios e os permito.

Há, então, um vendaval de palavras
Versos e anotações!
Relatos de um coração que bate...
E demonstra o pulsar com emoções

Tantas que não consigo descrevê-las
Tento separar essa parte do todo... Tudo.
E, sem sucesso, observo com cautela
O que é sentido e o que a mente não mente

Por fim, após a ferrugem poética
As alavancas de minha inspiração
Resumem-se a união desse sentir
No mais belo palíndromo que existe na Itália...

"Amor...".

Rafael Nicolay

novembro 02, 2015

à_poesia.

Dilacera-me o peito
Acaba em minh'alma
Restringe todo o meu carnal

Entope-me os ouvidos
E tira-me o ar!
Cria o meu desejar...

Interatua com o meu Ego
E passa-me para o espiritual
És melodia, canção do meu astral!

E desfeito em trapos
Reúno os pedaços, em mim..
Perpetua o que fica, por fim...





"Este estado de ser...
Poesia afim!"

Rafael Nicolay