dezembro 04, 2012

Um desabafo qualquer...

Como de costume, hesitei.
Hesitei antes mesmo de saber sobre o que sucedera tal estado de êxtase. Talvez fosse repugnância, talvez fosse um ato "catársico" contra esta vida, procurando um padrão confortável. Uma revolta interior.

Será esse o padrão de vida que tanto ansiei? Será permanecendo assim que encontraria uma felicidade desfrutável não só por mim? Eu estava errado. Hesitei à verdade.
Os olhos confundem, acomodam, porém, conseguem enxergar a linha tênue existente entre o ilusório e o real. A realidade caótica. Estava prostrado, inserido em um mundo procrastinado. Ainda permaneço n'ele, porém, há de germinar uma ideia.

Há a redenção.
Neste momento, me vejo sentado em um vazio qualquer, o vazio existencial. Permaneço estático e estagnado, em um estado vegetativo e enxergando o que meus olhos sempre mostraram, porém, meu pensamento abdicara.

Talvez seja este o amadurecimento d'alma, para um plano futuro. O amadurecimento da razão. Existem dúvidas, em um grau superior ao antigo... Contudo, elas anseiam por proclamadores de respostas. Por pessoas perdidas à ilusão mundial, inseridas no mundo real, sinceras com os seus olhares.

Palavras são como o vento e isto demonstra o quão são passageiros... São brisas para todas as manhãs que podem reforçar um pensamento, um ideal, uma ideia. E, estas, são fixas, marcantes, porém, sujeitas à mudanças...

O todo é uma possibilidade em um mundo passível de mutações.

novembro 27, 2012

Independência.

A dúvida mor está relacionada com Deus,
Pode ser que ele exista... Posso ser mais um ateu.
Porém, entre tantas dúvidas, surge o assunto da liberdade...
Quem, se não o amor, pode-nos trazer tal nível de maturidade?

Ser liberto, veja bem, é entrar em um novo mundo.
Estar em liberdade é, por fim, um motivo profundo...
Para ser quem és, sem mais.
Viver como deves, em paz.

Eis a conquista mor perante o sistema atual,
Mensagens de efeito e palavras caprichosas não param no jornal...
Talvez, um dia, elas até possam surgir.
Entretanto, acreditem que a liberdade há de vir!

No momento de uma sutil união o povo sairá
De suas casas e abrigos e marchará,
Em prol da liberdade, da melhoria de vida para a população.
Proclamará os seus direitos, contra toda a corrupção...

"Eis a nossa independência,
Ou o nosso caixão..."

Rafael Nicolay

novembro 22, 2012

Submarinos.

E olhe só, que intrigante!
Ao longo da costa, bem distante!
Um vulto preto sob a luz do luar...
O que será? O que será?

Talvez seja o vulto do que acredito...
Dos fantasmas da liberdade.
Ou então, um borrão que eu visito...
Em um canto de minha verdade.

É a visão que não aceito...
É a liberdade inexistente.
Mas existente naquele lugar!
Eis a forma de acreditar...

Talvez, eu acredite em submarinos,
Dentro do profundo mar,
Talvez, seja a liberdade erudita
Tudo o que poderei encontrar...

Porém, não são apenas submarinos...
É uma parte do que preciso!
Este saber navegar...
Dentre os sete mares deste planeta...

"Chamado lar..."

Rafael Nicolay

novembro 09, 2012

Teus lábios.

A boca de vento,
O papel ao relento...
O sorriso entregue,
O rosto que se ergue...

Das sombras do meu pensamento
Até o meu coração em desalento!
Fadigado pelo andar...
Mas renovado a cada amar!

Apaixonado e curioso
É o atual modo esperançoso
Após esta boca em véu...
Dentre tantos rostos do céu!

Quem és esta sinhá?
O que será deste amar...?
À paixão ou à contramão...
Eis o silêncio mediante a toda concepção.


És o silêncio intrínseco ao meu coração.

Rafael Nicolay

Semelhança.

Mesmo estando convicto
Não serei o primeiro a falar...
Guardarei todos estes pensamentos
Em um único lugar.

Eis o silêncio do poeta...
Que de tanto pensar
Cala-se!
E de tanto ouvir... Surpreende-se!

Mesmo sem palavras,
Existe a essência.
E quanto a poesia rara
Sobrou-me as reticências...

Este é o canto do pássaro engaiolado.
O poeta, preso em seu trabalho.
O de ser um árduo pensador...
Talvez, em algum momento, ele exponha sua dor.

"Para um mundo à sua imagem..."

Rafael Nicolay

outubro 24, 2012

saudade_


Saudade
instante.
Verdade
constante!

Nostálgico
aquele dia,
Feliz
por companhia.

Intrínseco
à saudade
Tamanha
ousadia...

E
a dor
De uma grande
ferida.


De um passado que corrói.

Rafael Nicolay

outubro 20, 2012

Fugiu...

Fugiu e perdeu-se no tempo.
Tempo de procrastinações...
Eis o meu relento!

Perdi, dentre os dedos das mãos
A poesia, rara e precisa...
Preciosa e concisa!

Deixei escapar pela fadiga
As notas e claves do amor e da magia...
Deitei-me na areia.

Parei, como o poema
No tempo e espaço...
Estou amarrado
Sou meu próprio laço!

Enfim, ali ela está
Bela ao seu caminhar...
Ei poesia! Não me deixe só...
Por favor, retire-me este nó!

"De pura nostalgia..."

Rafael Nicolay

outubro 06, 2012

À perda.

Que Deus me ajude,
Em meio ao desespero anunciado.
À perda do anseio
Do beijo teu que, jaz, sem significado.

Perdoe, não obstante,
Tamanha ousadia!
Que por falar em amar
Torna-se um ato de plena covardia...

Talvez seja fúnebre tal despedida,
Ante ao meu desejo.
Considero, assim, a saída,
Para tamanho ensejo.

Entre a boca completa de areia
E os simples lábios ausentes de prazer...
Eis, agora, tamanha nostalgia
Para com o anseio de te querer...

"Jaz, aqui minha alegria."

Rafael Nicolay

outubro 02, 2012

Poema da felicidade.

Ah! Onde está, para onde foi?
A princesa que possui a chave...
A pessoa com tamanha vontade,
De conhecer o meu coração?

Oh, princesa...
Que em tamanha beleza
Expõe a tua precisão!
Adentra, sem medo, o reino do amor e da paixão.

Ah, mas que simpatia!
Esta, que meu coração exala
Que perdura em tamanha alegria,
E que parece nunca acabar...

Não são necessárias palavras complexas,
Muito menos uma lente convexa...
Quando o sentido de tudo permanece real...
É um poema simples... Mas com um amor descomunal!

"Por você."

Rafael Nicolay

setembro 25, 2012

Sem destino.

As constelações sob este meu ser...
Que, sobre esta existência, inferem com poder.
Eis a Lua Nova no céu...
Eis a verdade em pontos do íntimo véu!

O homem do futuro em contraste
O homem do passado em desastre...
O coração afobado, se afogando...
Os pulmões hiperventilados, respirando.

A música no infinitamente pequeno,
A poesia intrinsecamente ligada ao momento.
A melodia e o dom de cantar
Eis, para todos, a felicidade no ar.

E sem destino, eu continuo...
Em um comodismo em conjunto,
Da minha mente e do meu ser...
Talvez olhar para o céu seja crescer!

"Apenas..."

Rafael Nicolay

setembro 18, 2012

O incerto é certo?

A poesia certa é a da cama,
É a que ama e a que chora...
É a que engloba o pudor...
O amor!

Tende a ser a troca entre o casal,
A coexistência de um Deus e um mau...
E interferência do travesseiro e do cobertor
Visto que, os sonhos estão sempre em vigor.

Esta é a cama divina,
É a cama da paixão vespertina
Compreende os campos do afeto e da dor...
E, contudo, nos condiciona a uma postura de ator.

Ao que sucedeu este pequeno desfecho,
Eis o pensamento ingênuo com desleixo...
A verdade é que a cama de que falei,
Nada mais é do que a alma que abusei...

"De todas as formas..."

Rafael Nicolay

agosto 31, 2012

O coração.

Era uma vez uma prisão,
E dentro dela estava um pequeno pássaro
Um belo dia ele tentou voar
E, assim, cortaram suas asas em um passo.

O pássaro ficou se debatendo,
A dor o enfraquecia a cada segundo,
O amor que ele tanto retivera,
Escapara de seu peito em um momento inoportuno.

E, por fim, o pássaro deixou este plano
E em seu peito, o carcereiro tentou encontrar,
Seu coração que o sufocara tanto...
Mas na verdade ninguém poderia encontrar.

Uma das mais difíceis lições,
Entre tantas belas emoções...
A mais triste prisão...
É, pequeno pássaro, o coração.

Rafael Nicolay

agosto 24, 2012

Longuinho.

Um, dois, três pulinhos
É isso que faço para achar
A graça, a praça, a garça,
Seu Longuinho.

"São Longuinho..."

agosto 21, 2012

Liberdade.

Liberdade de expressão
De visão e de emoção...
Liberdade por liberdade...
Simplicidade.

Liberdade de amar
Por amar, por querer amar...
Liberdade por confiar...
Sinceridade.

Liberdade de falar
Por falar, por aconselhar...
Liberdade por querer bem...
Pacificidade.

Liberdade de vida,
Por querer viver, por querer conhecer,
Liberdade por liberdade...
Conflito, desentendimento...


"Eis a verdade!"

Rafael Nicolay

agosto 15, 2012

Silêncio...

Silêncio...
Silêncio que oculta...
Clama!
Sonoridade distinta
Desta boca em chamas.

Rafael Nicolay

agosto 09, 2012

Transmita-me.

Transmita-me em teus lábios
O desejo de teu seio
Preso ao âmago sábio
Que explicita o meu anseio...

Como que em uma casa
Ou talvez um porto
Seguro-me em tua asa,
E finjo-me de morto.

Pois deste plano me retiro,
E contigo vou avoar,
Entre as aves e o abismo
Está a magia de plainar...

Que por saudade
Ou por segurança
Denota a verdade
Da tua lembrança...


"Nos olhos meus..."

Rafael Nicolay

agosto 06, 2012

Singelo.

Quisera eu falar de arte,
Encenar uma parte
Da minha pobre nostalgia.

Quisera eu entender de tudo,
Falar do mundo
E sorrir por singela alegria.

Queria eu entreter as pessoas,
Entregar as tesouras
Do meu próprio papel.

Gostaria, eu, de conhecer o mundo,
Viajar em segundos
Entre a terra e o ar...

"Quisera, eu, em uma simples atitude,
Em um ato vislumbre,
Tentar poetizar.

Rafael Nicolay

julho 30, 2012

O poeta.


Eu, como poeta, sou inseguro.
Faço de minha indecisão o meu mundo...
De minha sensibilidade o meu muro
E devido a tanta ternura, não mudo.

Permaneço como uma criança,
Que, por atitudes, denomino-me peralta
E que nos açudes, não deixo a minha falta.
Com uma linha sequer...

Sou aquilo que procurei dentre tantos corações,
Sou a ausência da lei, porém, não das emoções...
Sou distante, entre a estante e o instante da porta
Que se abre e revela mais uma verdade.

Sou poeta... Sou poeta!
Sou? Não sei dizer...
Entre tantos livros encontro um espelho!
E entre tantos amigos encontro o meu velejo.

"E o meu sonhar..."

Rafael Nicolay

julho 22, 2012

O autor.

O autor queria um texto
Que de mensagem não tivesse nada...
E que, de passagem, seria um pretexto
Para condizer com sua mente encabulada.

Uma mente outrora brilhante,
Porém, jaz, degradada.
Um poeta estonteante
Perdido novamente em seu "nada".

E o autor exigia esforços
Mas este pequenino ser não o escutava
O autor decidiu mandá-lo aos porcos,
E nada adiantava.

O autor apenas queria o seu bem,
E este pequenino ser mal sabia quem...
Quem era, quem seria...
Apenas sabia que nada condizia...

"Com o seu jeito de pensar...".

Rafael Nicolay

julho 18, 2012

Bares de rotina.

Ah! O samba!
Transformando a capital do Brasil
Em um espetáculo sem igual!
Um momento da história... Mundial!

Eu... Passei por bares,
Conheci todas as rotinas,
Aderi a boemia e...
Por fim, restou-me apenas a nostalgia.

Que saudade dos dias sinceros,
Dos poetas, dos sambistas,
Do Whisky e das jogatinas!
Da noite... Minha única paixão...

Talvez, eu até esteja confuso
Dentre as cenas de minha memória cabulosa,
Mas a verdade é que história...
A minha... Está nesta cidade maravilhosa...

"Porque nunca fiz amigos bebendo leite."

Rafael Nicolay

julho 14, 2012

O bailar.

E este bailar parece,
Com tudo o que já vi...
Casas, paisagens, lugares...
E onde meu coração prefere ir.

Ri, até, por sua fidelidade
Que encontra-se junto ao amor,
Atento, não obstante, a toda vaidade...
Em forma de pouco pudor.

Um bailar eterno...
O bailar da vida!
Um Poeta sincero,
Grande Vinícius que o diga...

Afinal, só para constar,
Este Grande Poeta em carne não está,
Permanece oculto a cada um
Como um menino peralta em um dia comum...

"Que, de tudo ao Seu amor,
Será atento...".

Rafael Nicolay

julho 13, 2012

Relatos de um louco.

E, por hora, encontrei um louco
E talvez eu o veja como um pensador
Parecido com meu próprio Eu.
Distante de tudo... Distante do mundo.

Uma esponja.
Acho que é a melhor definição,
Pois colocar a ideia em versos,
Proporcionaria uma aversão...

A todo tipo de realidade,
Bom, tudo menos a real verdade.
Pois como esponja...
Não consigo distinguir a minha sanidade.

Não consigo e, por agora, não quero.
Talvez, e só talvez este relato tenha um sentido
Porém, um sentido bem pessoal
Intrínseco ao fato surreal...

"Da mentalidade de um ser virtual..."

Rafael Nicolay

julho 08, 2012

Menino interior

Existiu, outrora,
Um menino brincalhão,
Que jogava a vida fora
Como bolas de gude no chão.

Um menino franzino,
De aspecto raro,
Com os olhos caindo
Em desespero imediato.

Houve um pequeno acidente, então
E o pobre menino não se levantava do chão
Era um nobre guerreiro
Porém, uma batida o esmagara por inteiro.

E o golpe, por fim, teve seu nome
Subitamente, o menino perdeu a fome...
Ao descobrir que tudo o que vira
Não passara de meras mentiras.

"Aos olhos de um adulto qualquer...".

Rafael Nicolay

julho 07, 2012

Homem das neves

E o inverno chegou, mais uma vez...
Chegou com um companheiro,
O frio.
O gélido ar que adentra nossos corações.

E o inverno, continua severo
Sereno, porém, com seu mau humor...
Tal qual um boneco de neve...
Um homem das neves.

Ante a espera do verão,
Para poder derreter seu coração...
Para ter novamente sua adoração.
É... Este é o homem sem ação.

Que no inverno, perece.
Congelado... Intrépido e parado.
E o riso, e o sal, e o mal?
E o bem final?

"Prazer, 
Sou um homem das neves,
Sem sal.".

Rafael Nicolay

junho 24, 2012

Órbitas.

Eu, quem ansiou pela felicidade
Acabei por encontrar a tristeza
E ela, doce tristeza,
Acompanhou-me por pura beleza...

Que emanava de um singelo coração
Jaz, de esperança e somente com a aversão...
De todo o tipo de felicidade
Deveras, triste por imaculidade.

Eu, quem ansiou pela esperança
Acabo-me em um lago nebuloso,
Sem saber em qual margem estou
E preso por mal conhecer para qual direção, vou...

Sou um instante passo,
Instantâneo ato do desespero.
Nadar ante afundar e ficar parado...
Calado... Pois, em um momento...

"Eu fui feliz...".

Rafael Nicolay

junho 20, 2012

É samba?

E eu volto pelo samba
Para dançar com a dama
E quero poder brincar...
Quero brincar de amar!

Mas veja bem...
Pois amor é coisa séria
E sempre será... Amém!
E o amor, é para meu bem...

E de Chico...
É de Chico que vou...
É com a roda viva...
É com a vívida vida.

E eu volto pelo samba...
Mas o que tem Chico com samba?
O que tem o ovo com a galinha?
O que tem... A minha vida...

"Com esse sambinha?".

junho 17, 2012

O vazio.

E o clamor nosso de todo dia?
E o amor...?
Que supera qualquer tipo de alegria.
E a vida?

O vazio... Ah, meu querido vazio...
Eterno e finito,
Pois em hora, agora, me mantém
Outrora eu quem o faço refém...

Talvez a vida esteja demorando
Ou o trânsito está apelando...
Para pouco de meu alívio
Ou estou apenas fora de convívio.

Em cativeiro de uma carne banal,
Entre os laços de um amor imortal...
Talvez as palavras me calem com o tempo
Porém, hei de gritar para com os ventos...

"Da minha própria trajetória..."

Rafael Nicolay

junho 13, 2012

Talvez...

Talvez seja a inteligência
Que levou o homem à Lua.
Mas quem o levou até o coração?

E talvez seja a mediocridade
Sua forma de expurgar tamanha dor...
Ou talvez seja ausência de sabor...

Saber... Talvez seja a simplicidade,
Ou quem sabe a solidão?
Talvez ele precise de uma nova emoção.

E se precisar... E se procurar?
Perdido sempre se encontrará...
Mas quem o levará até o coração...?

"Senão o amor, não obstante, sua lição..."

Rafael Nicolay

junho 08, 2012

Um doce passado...

Ah! Meu doce passado,
Quantas experiências me proporcionastes,
Quantos amores me revelastes,
Porém, hoje, fidedigno a um, apenas, sou.

Oh! Meu doce arado,
Que de sementes brotaram árvores,
E de cada uma, colhi bons e maus frutos...
Mas a cada uma, deixei estampado o teu valor original.

Ah! Vida amada,
Que a todos renova, em dias de sol, em dias chuvosos,
Que aos poucos entoa, com os ventos, as notas
Do teu esplendor matinal.

É de passado que eu vivi,
Por quanto foi o tempo antes ao teu encontrar
E de histórias eu supri,
A carência dos ventos por notas a ecoar...

"Que aprazem os tempos,
Ante ao momento de te amar...".

Rafael Nicolay

junho 06, 2012

Evitar...

E se meu Senhor me tirasse a vontade...
Do Teu mundo, amor... De Tua prória santidade?
E a cada dia eu parasse em um canto qualquer
Perdido a cada passo no lugar que eu quiser...?

E se eu buscasse com todas as minhas forças,
Encontrar, em alguns instantes, a Fé que procuro?
Prostrar-me ao chão durante a noite sem saber o que acometerá
Meu futuro...

Talvez a resposta seja evitar...
Evitar mudar mais uma vez,
De lugar, de lar, para com o Sol poente...
Eu não sei...

Perdido estou... Nesta órbita do tempo
Em entranhas do meu pensamento,
E ao escrever... Mudo o meu relento...
Mudo ao invés de esperar...

"Esta neblina se dissipar..."

Rafael Nicolay

junho 01, 2012

Parto-me.

Não hei de pedir lindas palavras
Ou a tua sutileza... Gentil.
Eis o que proclama a própria rebeldia...
Aquele que não reza mais Ave Maria.

E com todo o respeito...
E com todo o desapego de si
Preso e prostrado diante de sua loucura
Entra em um súbito momento de riso.

Gargalha até que o desespero encontre o endereço de sua face
Esmigalha a esperança ante ao levantar-se do chão...
E de cócoras perece e posterga seu mau olhado
Seu tempo e seu achado.

Uma infindável resposta que possui dentro de si,
Ó! Pobre poeta desacreditado...
Encontrastes tua própria miséria
Dentre teus sonhos e prosopopeias.

"...".

Rafael Nicolay

maio 30, 2012

Senhoras e sem dores.

O que eu gostaria de comunicar
É sobre a presença de um ou mais seres interiores
Que de um extremo de nós
Faz sua personalidade em magnificência ou em horrores.

Um ser extraordinário
Ingênuo... Ridículo!
Que assombra os maus olhares
E a ausência de todo riso.

Alguém que perdura em poesia
Ou circo ou teatro...
Quem sabe é um miscigenado
Entre a arte e o olfato.

E por falar em olfato,
Cadê o meu nariz?
Sem ele, mal posso respirar!
Onde é que está você, chafariz!

"Em que ponto você foi parar?".

Nicolau.

maio 24, 2012

Evolutionem

Ôh mãe natureza
Que dos campos, fez-se bela
E das ruelas, destacou-nos à vida.

Óh mãe da pureza,
Que, complexa, nos exemplifica
Ante a maravilha da incógnita, expressa-nos o humor.

Há de ser uma dádiva minha,
Humano imaturo que sou
Apreciar-te como deves ser apreciada.

Que, de uma orquídea programou,
À um ciclo desse globo
E, postergou, o sentido de um louco...

"Sobre a luz da Evolução.".

Rafael Nicolay

maio 21, 2012

Autorretrato.

Há, então, um ser,
Destemido com o seu próprio parecer...
Da vida, dos céus e do mar
Das dádivas, das dívidas... Do luar.

E encontra-se solitário,
Talvez como um lobo a uivar...
Ou um erudito a se calar
Ante sua própria miséria.

É como a conduta muda
Moldura em muda e a multa.
Faz-se a própria imagem
O reflexo da água turva dentre as árvores.

O que seria seu?
Quanto custa sua ignorância?
Qual postura terá maior importância?
Entre seus trapos e o seu véu...

"Denotam-se, apenas, como pedaços de papel.".

Rafael Nicolay

maio 17, 2012

Tear

E o perder de meus pensamentos
Começa ao prostrar-me ao teu olhar
Que profundo, como tempestades,
Provocam-me o anseio de querer enxergar além...

De tal casulo, à alma.
Minh'alma resplandece...
E a tua luz, em momentos duradouros, guia-me.
Apenas...

Em profundo êxtase em tal sonho,
Esdrúxulas formas pairam ao ar...
Alucinações... São o que são.
Transportando-me...

Por um segundo, penso por palavras fúteis
Em outros dois, procuro evitar tal ato...
Escrever... Tal qual gesto sutil... Simplório.
A grande arte e essência do amar...

"à Você... Há.".

Rafael Nicolay

maio 14, 2012

Loucura.

Somos loucos indagadores
Somos o que há de melhor agora
Entretanto somos o pior, também.
Felizardos encapuzados em palavras.

Sinto o frio desta noite como uma canção sóbria,
E sinto o chocolate, entre minhas mãos, quente.
Anseio pelo horizonte e loucuras de instante.
E desejo você por aqui.

Alma cândida, onde estás?
Por que perdeste o rumo?
Foste para longe de meu coração, fisicamente
Mas reconheço tua voz aos brados contânicos dos ventos.

Encosto por uma cama qualquer,
Recito ao peito, meu pranto à Mulher.
E, de forma nostálgica, retiro de um papel,
Um avião que voa pelo ar...

"E onde parará?
Mundo a fora está.". 

Rafael Nicolay

maio 08, 2012

2º Ato.

E existem demasiados devaneios para autores,
Por ideais que perseguem a realidade,
Por paixões surreais à formas fidedígnas...
De qualquer maneira, perecem...

Fartos de si, caem como plumas,
Sem o propício conhecimento da queda,
Deparam-se com o pavor da dor,
Pois estão em um êxtase.

Este, permite a todos um sonho leve,
Um eufemismo adornado com a certeza
De que tudo passará...
Passará?

Passou e possuímos o exemplo, a posteriori,
Servimos de exemplo, eu e você,
Serão exemplos? Somos nós? Seríamos, um dia?
Há divergências, diferenças entre o saber e o proceder...

Com fatos à uma realidade dura e injusta,
Ou em crenças e buscas para a cura de dores,
Sejam estas, por amores ou paixões, mundanas,
São, por fim, uma reunião de fatores sobreviventes da neblina...

"Como em um ato de fé...".

Rafael Nicolay

maio 03, 2012

Cerne.

Sois como a alma cansada
Que aponta para o horizonte
E deambula de forma ponderada
Desfrutando o agora de anteontem...

És como um dia sem pássaros no céu
Intrinseca dor à ausência
Pois como seria o céu sem as nuvens?
És a cena de agora.

Entretanto, existem nuvens
Véus que cobrem toda a tua luz
Uma casa abandonada...
Um lugar para a alvorada...

Entristeces...
À forma de acordar e focalizar o teto mais próximo
Ante aos holofotes do mundo, o sol fez-se presente
Contudo...

"Fez-se decente?".

Rafael Nicolay

maio 01, 2012

Íntimo Ser.

E então chega a hora de deitar,
Refletir sobre a vida,
Mas que vida!
E os pensamentos fluem.

Sem saber como ou que horas vou acordar,
Sem saber para onde vou caminhar,
Sabendo que onde quer que eu vá,
Terei uma certeza...

O que é incerto perdura,
De forma eterna,
Deveras, como És.
Um guia.

Que me escutas,
E me atendes,
E me fazes aprender...
De alguma forma...

"O dom de Te conhecer...".

Rafael Nicolay

abril 25, 2012

Há esperança.

Estou em apuros,
Cadê Deus? Por favor, me ajude!
Ganho o conforto
Entro mais uma vez em meu padrão de vida: O comodismo.

Entro em conflitos,
Onde está Deus? Me auxilie, coloque Sua luz em meus pensamentos.
Adquiro a paz
Esqueço o que Ele fez.

Revivo meu passado,
Novas tribulações, Deus, por quê?
Não entendo, mas ganho o conforto e a paz, novamente...
Tento entender, mas deixo de lado o que Ele me mostrou.

Estou caminhando,
Alguém corre para o meu encontro... É um assaltante.
"Meu Deus, me ajude, por favor..."
Descubro que meu medo era apenas de um estudante atrasado...

Esqueço mais uma vez de tudo o que aprendi,
Mas algo começa a me incomodar...
Algo começa a refletir...
E em algum momento penso no Amor.

Não tenho palavras diferentes para dizer,
Tenho padrões a alterar...
Não possuo mas a ingenuidade do desconhecer,
Prostro-me agora à orar.
"Ciclos.".

Rafael Nicolay

abril 22, 2012

Sois água.

Quebre seu muro de valores,
E entenda seus verdadeiros princípios,
Pois o medo de reconstruí-lo
É o que nos aprisiona ante a presença da verdade.

Deixe entreaberta a jaula da verdade
E, livre, o anseio pela paz.
Surpreenda a si e só.
Não exija além.

Exija além de si,
Para com o Eu em favor do outro,
Estenda o braço e o amor...
Deixe que fluam como a água.

Sois como um rio,
Estabeleça em qualquer resistência,
Um ponto ao seu favor...
Sois o que a água deve ser...

"Mutável ante as circunstâncias,
Porém, imutável a transgressão...
Do ser interior.".

Rafael Nicolay

abril 20, 2012

Poeta de outrora.


Poesia, por favor, não me desampares.
Pois a ti eu procurei em meu lamento,
E entreguei meu sentimento como lástima de perjúrio,
O meu próprio coração.

Poeta, por que me abandonastes?
Por que deixastes que meu coração fosse iludido?
E sem mais o que falar eu te peço...
Não volte, mas deixe em algum lugar a tua poesia...

Permitas ao meu ser uma bela leitura,
Desafies meu ínfimo com tuas entranhas em palavras,
Desabroche a flor que existe, mas não esqueças dos espinhos.
Desafines meu tom.

Para que meu ego se faça menor do que os mais humildes,
Para que meu íntimo não seja tão ínfimo quanto o pôr-do-sol.
Por favor, poeta...
Não desampares quem te deu a linha e o anzol...

"E ensinastes a ti, e somente a ti, o valor do teu pescar.".

Rafael Nicolay

abril 19, 2012

Sim, não, eis a questão...

Sim, o que ela diz,
Não, não convém com o que faço...
Sim, pela voz do intérprete,
Não passa de mais um ato.

Entre o sim e o não,
Perdura minha questão,
Ocluso em indecisão,
Há um muro em minha reflexão.

Não, pela sombra,
Sim, pelo calor.
Não, não estás acomodada,
E há o comodismo em seu esplendor...

O meu reflexo é, por fim,
Um 'sim' postergado,
Um prazo sem fim,
Um 'não' demasiado...

"Em um momento entre o sim e o não,
Verdade é atenção."

Rafael Nicolay

abril 18, 2012

Conselheiro do tempo

Eu pedi por tempo,
Perdi o tempo da corrida,
Dos afazeres... Da minha vida.
Pedi por perder... Perdi o entender.

Enclausurado em meu próprio corpo,
Vi meu passado voltar,
Com a tormenta e o fogo,
Mais uma vez queimar...

Em carne viva,
Com sal na ferida,
Exposto ao vento,
Há a cura... É o tempo.

E minha mente, túrbida,
Engana o coração,
Desencadeia a dor da dúvida,
Em cada segundo de minha oração...


"O que é, já foi; e o que há de ser, também já foi .". - Eclesiastes 3:15


Rafael Nicolay

abril 15, 2012

Aurora.


E quando eu estiver sonhando,
Por favor, não me acorde!
Não me deixe deixar de sonhar...
Deite-se comigo, fique aqui.

Levantaremos ao nascer da aurora,
Desceremos montanhas de gelo,
Acamparemos ao por-do-sol...
Recitaremos o futuro!

Vamos entreter a noite,
Enaltecer o dia,
Caminhar pela tarde,
E deixar tudo para amanhã em nostalgia...

Vamos andar... Vamos andar...
Dê-me tuas mãos,
Entrego a ti meu coração,
Mas cuide bem dele...

"Não deixes que ele caia em tentação!".

Rafael Nicolay

abril 11, 2012

Donzela.


Eu, agora, sinto a sua falta.
Fico em estado latente até o nosso encontro,
Mas deixo meu coração bater entre o tempo e o desencontro.
E acato a dor como uma tentativa ao nada.

Proclamo ao meu mundo particular,
A dona de meu coração!
E ao me libertar de todas as sinas,
Entrego-me a ti sem recessão.

Acata-me o peito e os traços,
Desfloro em teu leito nossos abraços.
Observa-me em toques sutis,
Atento minh'alma ao porvir, gentis...

Entendas este singelo poeta,
Que procura, dentre todas as coisas, amar.
Compreenda que ele possui um tesouro intacto,
O coração e um lar a desfrutar...

"Chamado: Companheirismo.".

Rafael Nicolay

abril 09, 2012

A máscara.

E o circo caiu,
A casa pegou fogo,
E ninguém assistiu...
Ao medo ou ao pavor, de novo.

Caiu de tal maneira,
Como mágica a falar,
Espelhou-se a vida inteira,
Em uma brecha à esperar.

Cavou com os próprios pés,
As sementes do futuro,
Diagnosticou seus males,
Com as certezas dos desusos.

Portanto definiu,
Que era tudo ilusório,
Não apreendeu no que viu,
A máscara dos seus olhos.

Entretivera como palhaço,
O lúdico do seu leito,
Perdeu-se em pensamentos,
Com o orgulho do seu peito...
"E não deixemos a mágica de nosso teatro desaparecer,
Entretanto, a máscara de nosso espetáculo deve cair...".

Rafael Nicolay

abril 07, 2012

Melancolia.

É velho!
Não, Sr. Rabugento.
Talvez senhor...
Ou seria unguento?

É mal humorado,
É fato, fardo cavado,
É paranóia dos dias parados...
É certeza do que nunca foi dado.

Palavra e pavor,
Tristeza e rancor...
Não, não é isso que compõe meu íntimo,
Mas é o que explicita meu ínfimo ser.

Poder que não cala,
Quer casar!
Encontrar uma salva,
Parar de falar...

"Por um instante, sequer...".

Rafael Nicolay

abril 02, 2012

Artesão de almas.

Descrevas minh'alma,
Ó grande Artesão das palavras!
Teças em meus cachecóis,
Tuas sinceridades e minhas salvas.

Entendi, entretanto, os riscos,
Mas não perdi, em segundos, os fios!
Os frios dos dedos e as luvas dos medos,
E encontrei meu Eu, de alguma forma.

Revivas meu passado em diversas cores,
Estendas o teu presságio na cor dos amores...
Deixes marcado em um local perceptível,
Se não for quase no peito, que seja visível!

Para todos e para ninguém,
Para Ti e mais alguém,
Mas não Esqueças de escrever,
Uma história, uma nova vida...

"Com você!".

Rafael Nicolay

março 28, 2012

Eram...

Era um prato de bolas,
Eram bolas com pelos,
Eram pelos de gatos,
Eram gatos sem medos.

Nikko.

março 27, 2012

Contração.

Você se levanta e... Caminha.
Você se espanta e... Engatinha.
Você se vai, mas... Correndo!
Saudade que não se esvai... Chovendo...

Cai em mim o pranto do céu,
Mescla com o do peito e cai no papel...
Continua a cair e sendo o desatento que sou,
Não te vejo partir... Não percebo o que ficou...

Além desta pura nostalgia para com alguns minutos atrás,
Palavras, alegrias e risos... A mais.
São sintomas de um sentimento meio moço,
É como o sono que chega após o almoço...

Então me deixe dormir e volte, volte aqui!
Faça parte de meus sonhos e não pense em partir...
E quando voltar me acorde com carinho,
O dever está por chegar, já está a caminho!

"Na contramão...".

Rafael Nicolay

março 22, 2012

Relíquias.

Era vez um poeta
Que não sabia como guardar...
Até porque não conhecia o que tinha
E muito menos onde poderia colocar.

Não mensurava tamanhos ou dimensões,
Não entendia de volumes ou medições,
Era apenas um poeta com uma falsa humildade,
E talvez mais um corpo em busca da verdade.

Mas fora por tanto buscar,
Que um dia encontrou,
Em um pequeno lugar,
Seu ouro! Não o largou.

Era uma verdade do poeta,
Que não sabia o que fazer,
Não sabia nem se era um atleta,
De palavras ou qualquer parecer...

Era um poeta,
Em busca de um lugar...
Procuraria até os confins da Terra,
Um local para armazenar...

"Suas relíquias tão queridas...".

Rafael Nicolay

março 19, 2012

Roda viva.

Roda volta, toda hora,
Toda volta, viva... Agora.
Deixa rolar e rodar assim,
Roda, volta ao fim.

Ao tempo em que tudo é novo,
E o novamente é presente.
O sentido que é pouco,
E a abstinência de um carinho intermitente.

Sou a roda, sou o mundo,
Sou o girar, sou o que é tudo...
De mim para o Eu,
Do Eu ao que não se esqueceu...

E ficou guardado no peito,
Sem trejeitos ou laços do cotidiano,
Rodou, rolou a vida...
Em poucas notas tocadas neste piano...

"Do próprio coração...".

Rafael Nicolay

março 18, 2012

Nosotros caminamos.

En tus brazos,
Yo encontre la paz,
En nuestros besos,
Yo necesito más...

Más de usted,
Más de nuestro amor,
Lo que puedo decir,
En la forma de fervor...

A tu cuerpo,
Mi deseo,
A tu ojos,
Mi secreto.

En hablar al mundo,
Enseñar tan profundo,
Las razones para soñar,
Nuestras causas para caminar...

"En la dirección de nuestro amar...".

Rafael Nicolay

março 13, 2012

Como seremos...

Esqueço-me de tua pele,
Deposito em meus sonhos essas incertezas,
De como é suave, como é doce...
Como és?

Esqueço-me de teus traços,
Teus olhos castanhos,
Teu riso e sorriso,
Teu partir... Como eras?

Esqueço-me de teus laços,
Formados e unificados aos meus,
Detalhados em nossa síntese...
Nossas memórias... Como serias?

Esqueço-me de ti,
Em tampouco tempo de sabor,
Esqueço-me dos planos e dos carinhos,
Esqueço-me de tudo... Como serás?

"Lembro-me de nosso amor...". 

Rafael Nicolay

março 12, 2012

Espelho.

Esconda tua vaidade,
Levante-se e não olhe para o espelho,
Não deixe que esta saudade,
Consiga te consumir por inteiro...

Busque a si em tua alma,
Reveja o seu conceito, seu valor,
Entenda o que é preconceito
E aplique-o sem a ignorância e o rancor.

Faça do justo a tua espada,
Da cruz uma de tuas verdades,
Da luz a tua alvorada,
E de ti a tua própria metade.

O que desejas é o que anseio,
E o que anseias é o que procuro,
O que enxergas é meu devaneio,
E o teu delírio é o que eu busco...

"Em um espelho... Qualquer!".

Rafael Nicolay

março 08, 2012

Jugo moderno.


E um conselho ele me deu,
É! Ele é um grande amigo meu,
E resolveu falar sobre relacionamentos,
Mas eu não entendia, faltava-me amadurecimento.

Era algo sobre produzir,
Mas não apenas trocar,
Parecia como o dividir,
Que a matemática é responsável por nos ensinar.

Eu não entendia muito bem,
E acreditava que sabia o que fazia,
Mas na verdade, que tolice, sou refém,
E o que era feito não condizia...

Acho que assim não dá,
Mas dá para o que?
Qual rumo tomar?
Tomar jeito, mas o quê?!

"E eu apenas quero diferenciar,
O jugo moderno ante ao dos 'burros' denotar.".

Rafael Nicolay

março 07, 2012

E lá está ela.

Eu quero mais perfume,
Minha musa de costume,
Em meus braços a cantar...
E lá... Ela.

Quero teu pranto mais doce,
Tua certeza mais viva,
Tua dúvida dívida.
Em teu lar, quero o teu olhar.

Quero teu amor só meu,
Egoísmo seu não me dar...
Por que a desejo? Porque a cortejo?
Meu bem... É por te amar...

Posso querer o mundo, mas o seu,
E de nada adianta sem teu amor...
Por que não me dar? É só judiar...
Por que não és o que é meu?

"Talvez sejas algo que nunca me pertenceu...".


Rafael Nicolay

março 04, 2012

É só você.

Nós! Nós? Nós...
Como queremos ou gostaríamos,
Entre o fato e o parto de mansinho,
Partida e encontro...
É amor! É amor no papel.

Como poesia pacata,
Como estrada sem chuva,
É como uma sala sem nada,
É como o re-amar de uma viúva.

É o súbito, mas sublime.
É encontro em regime!
É facilidade em olhar...
Olhar e adentrar!

Sempre mais, sempre a me deixar assim...
Sem mais, sem querer ser querubim!
E o que basta, pasma-me!
É algo que ficou, é o 'nós'... Por fim!

"É o nosso,
Mais pra mim!".

Rafael Nicolay

março 02, 2012

Soneto da saudade


Chove! Chove mais! Cai chuva, chuva cai!
Mais agora, mas agora, mais lá fora!
Corre pelo vidro, vidro em forma de gota!
Corre a gota, corre pelo tempo, passado!

Cai no chão, molha a terra,
Terra molhada, terra plantada,
Com suor, com sonhar, com amor!
Com mais, com menos, com o mesmo!

Com o todo e o tudo,
Faz-se um tanto, muito.
Tanto quanto pouco!

Toda a parte,
Toda a metade,
Que me deixa um 'muito' louco.

"E me deixa com a tua saudade.".

Rafael Nicolay

março 01, 2012

E só.


Talvez eu fosse um projeto de poeta,
Que por vezes tenta imaginar,
Entrar em contraste com seu lúdico,
E por fim, suavizar...

A cena e o fardo do ser,
A essência e o medo de crescer,
A vontade e o anseio do amanhã,
Ante a saudade nostálgica presa em uma febre terçã.

Talvez eu fosse um projeto de essência,
Que perdido dentre meus tantos 'Eus',
Procure um muro para apoiar o peito,
Ou o coração marcado no leito...

Talvez e só talvez,
Essa é a palavra e a minha condição,
Entre tantos fatos, faz-se necessário minha oração.
Em um submundo autofágico, um poeta sem vez...

"E talvez eu seja um projeto esboçado...
E só.".

Rafael Nicolay

fevereiro 28, 2012

Terra nostra!

Voz ativa que clama por lar
Saborear um prato, um lado!
Um sapato, um deitar!
Uma terra, um lago.

Um plantio e uma colheita
Uma semente desta empreita,
Terra é terra, é de direito
Para quem planta e colhe... Nela!

Desfruta o proprietário
Da propriedade sem orvalho,
Um latifúndio é isto!
E é nada mais que um inço!

Terra é terra, é de pai!
É de filho e de Ave Maria!
É de quem pisa sobre ela,
É de ninguém, mas é de todos nós...

"Romper as cercas da ignorância,
Que produz a intolerância,
Terra é de quem plantar!".

Rafael Nicolay

fevereiro 26, 2012

Costureira.

Devoro a ti com meus olhos,
Pupilas dilatadas em êxtase,
Verdade afagada em teu zelo,
Perfume de anjo em teus cabelos!

Desejo emanado pelos poros,
Vontade acamada...
Acata-me o colo!
Sem briga e sem guarda.

Eis o meu anseio,
E para tal devaneio não possuo fármaco,
Deixo em tuas mãos minha cura,
Retraio-me em teu cerne.

Revido teus atos com valia,
Exponho-me em trapos,
Pois é o que sou,
Retalhos guardados...

"Costurados com dor...".

Rafael Nicolay

fevereiro 24, 2012

Cobertores.

Um, dois, três ou tanto faz...
O que importa é fugir do frio, meu rapaz.
Seja com o lençol ou com o cobertor
Ou seja com alguém cheio de amor.

E não importa o verso da noite
Ou o brilho do luar!
Quando o respirar é ofegante,
Pondero entre a nudez e o bailar...

Bailar de corpos ocos com almas em marte,
Olhares fixos ao outro e o resto está à parte.
Beleza pura com sutil esplendor...
Sutiã na cintura e não existe mais o pudor.

Emana o respeito em um singelo ato,
Tocando em teu seio, meu anseio de fato...
De alguma forma pleiteio este dom...
Este amar e por fim, este edredom.

"É tudo descoberto,
Debaixo das cobertas.".

Rafael Nicolay

fevereiro 22, 2012

Ciclos

Deito em ti,
Mas por ti retiro-me.
Entre a cena e o ato,
Detenho-me!

Encanto-me, mas me abstenho.
Controlo a ti por nós,
Englobo vos... Englobo tu...
Entendo entretendo.

Levanto em ti,
Deleito-me eu teu seio,
Proclamo a ti,
Recito meu receio.



Deixo em palavras visuais,
Época de "Témporas", estação carnal,
Em prol de nossa emoção, do "nós"
Sem cobertores e com o frio, neste Natal...

"Entrego-me a sós". 

Rafael Nicolay

fevereiro 20, 2012

Disparado.

Poesia em casa, na rua, no teatro.
Poesia ou poema, tanto faz!
O que importa é recitar o mais alto,
Com algo a mais, algo que bem faz.

Poesia para o metrô, biblioteca e pivô.
Algo bom e ao mesmo tempo retrô,
De tempos antigos e sem malícia,
Vidas tranquilas e promessas como dívidas.

Poesia para o centro da cidade,
Centro religioso, centro de intimidade,
Poesia para gente que canta e dança
E não tira o pé do chão enquanto a música não acabar...

Ou seria a noite? O dia?
Melancolia não me falta,
Poesia em alta para tamanha alegria,
Em poetizar e declarar...

"Poesia sem parar!".

fevereiro 16, 2012

Derivados.

O gato bebeu o leite,
O leite estava estragado.
Cadê o bicho com meu leite?
Cadê o queijo já derivado?

Onde foi parar a uva que...
Vinha com o vinho de longe,
Mas parecia triste como a viúva,
Chorando como a fruta-do-conde!

Pingo dos olhos no rio,
Pingos da chuva no chão,
Pingos do 'i' no meio-fio,
Pingos de uva na mão.

Felino de fulano escapou,
A gata do vizinho foi quem falou,
O bichano está pelas ruas, soltando pelos!
E tomara que não perca seu zelo...

"Com o prato dos outros.".

Rafael Nicolay

fevereiro 15, 2012

Jeito mulher.

Mulher que é mulher não cansa,
Não para inquieta enquanto o mundo não a desperta.
Decompõe-se em lágrimas e lástimas do passado,
Mas é perdão para todo ser que está acordado.

Talvez seja um pouco vulgar o termo,
Mas mulheres são o que há de mais belo,
Dignas de um tratamento mais do que suave,
E em um entrave qualquer ganham pelo seu esplendor.

Não sou digno de falar de criaturas sinceras e meticulosas,
Muito menos ao ponto de dizer sobre sua forma de verdade,
Posto que sinceridade diverge de verdade e que também mentem!
Mas mulher, diga-me o por quê de teu sorrir tão belo.

Não tenho como mensurar ou explicitar o que sinto,
Deveras é a forma como omito esta condição,
De estar rendido, estar no chão... Do amor.
Eis o que significam! São como flores...

São outonos com sabores simples e complicados,
Mas nunca complexos ao ver de um ser tão perplexo...
E tamanha é esta perplexidade que permite o aclamar de minha saudade,
Permuta de nostalgia... Ou talvez seja de alegria...

"Perante meus longos invernos...
De dor.".

Rafael Nicolay

fevereiro 13, 2012

Aquarela.

O lápis pintou em um papel de pão
O que o poeta escreveu a mão
E deixou o nada que ali tinha
Em cores que seu peito mantinha.

Entre o vermelho paixão e o vermelho amor,
O amarelo ouro e o azul sem cor,
Às nuvens do céu e tantas aquarelas escritas no papel...
O poeta deixou e não se lamentou.

Permitiu ao mundo que olhasse o seu tesouro,
E com tanto zelo postergou a guarda de seu ouro...
Mas aos olhos rancorosos da vida e do Homem,
Amedrontou-se pelos temores que tantos outros ali comem.

Mas como quem não sabia de nada,
Seu ouro era uma donzela pintada
Com o verde em seus pés e o azul em suas mãos,
O amarelo em suas vestes e o vermelho em seu coração...

E ali estava sua pequena princesa,
Em papel feito mar, à pequena sereia!
Por fim o mundo pôde conhecer
A essência do seu simplório poeta ao dizer

O que poucas almas falam,
O que os olhos dizem, mas as bocas calam!
O que perdura entre a frequência e a ausência da dor...
A verdade do poeta que falava de amor!

"E como dizia o poeta:
'Eu te amo, minha prosa inquieta!".

Rafael Nicolay

fevereiro 11, 2012

Ingredientes principais!

Eu? Eu! Eu...
Perdi o foco e o assunto
Deixei de lado o presunto
Com a manteiga e o pão...

Faltou-me paixão!
Para preparar o que comer...
E nosso almoço?
Talvez o jantar antes do amanhecer.

Mas e o que comeremos?
O que faremos?
Apenas o que estiver guardado,
Em um armário velho e mofado...

Mas e o que eu quero comer?
E o que eu gostaria de beber?
Bom, deixemos a subjetividade pra lá!
E que nossa alma se alimente... Já!

"Sem ingredientes a mais.".

Rafael Nicolay

fevereiro 09, 2012

O passageiro.


Acredito em suposições,
Mas excluo as superstições!
Embriago-me convicto,
Deveras formas de meu ofício.

Caminhando por casas e construções,
Perco-me mais entre as nações.
Que com ou sem bandeiras,
Depositam sua fé em vidas corriqueiras.

Sou o que você quiser ou o que sobrar,
Procuro ser a essência e o bem estar,
Sou a tua ciência e a tua veêmencia,
Mas sou o oposto e não só o desgosto.

Um passageiro em qualquer lugar do mundo,
Qualquer direção e com qualquer bagagem.
Um alguém sem qualquer descrição,
Um ninguém que está apenas de passagem.

"Um Zé da vida,
Um passageiro que só duvida."
Rafael Nicolay

fevereiro 05, 2012

Flor de papel.

Dedico a Lua e o verso,
A prosa e a rua e também o inverso!
Dedico à vida do ato,
O gesto e o fardo deste amor.

Farei um som e dedicarei a ti
E o coração que guardei aqui
Rima com teu pulso
E me entrega em teu curso...

De línguas e afins,
Letras e símbolos de um querubim,
De um anjo que caiu do céu,
Dedico a ti este meu anel...

Feito com uma parte do coco,
Simples e marcado que parece oco,
É a dedicação para teu véu,
Para que saibas como me fazes feliz...

"Minha flor de papel.".


Rafael Nicolay

fevereiro 04, 2012

Relatos da verdade.

E sou mais um em busca de filosofias, termos e formulação de teorias. Sou mais um parado e acomodado com as imagens diante de meus olhos! Sou mais um em um poço, posto a nadar com o outro que compete comigo sem a intenção de me salvar. Sou um dentre tantos com um pensamento de unidade um tanto quanto banal... Sou o que sou e não sei por onde começar, ante a busca de sorrisos perdi meu riso e difícil é a tarefa de encontrá-lo. Sou mais um parado diante de uma tela e resmungando as mazelas de meus defeitos em geral.

Sou apenas um que não sabe levantar, dizer não e se revoltar contra a mente pequena e limitada, ante o pensar.

Mais um, mais nada.

"Sou mais um 'Era uma vez...'"

Rafael Nicolay

fevereiro 03, 2012

Ela.


Ela é um pronome pessoal que estou me acostumando a usar,
Empregando nisso, naquilo e naquilo lá.
Ela que é um poema e uma poesia,
Ela é uma pessoa! É minha alegria...


É quem faz meus traços ressaltarem,
E nossos laços enfeitarem,
A sala de estar com pura nostalgia,
Arrumar o sentar com pouca ousadia.


Ela é como uma canção sem final,
Apenas um refrão que é fatal!
Para meu pobre peito, nosso leito!
Nobre coração que sem jeito perde a oração...


É de joelhos que eu rezo para ela,
E de costas acendo uma vela.
Faço promessa e dou três pulinhos,
Mas é dela o meu sorrir mansinho...


"E é para ela que meus olhos falam e
Resvalam palavras deste meu coração...".

Rafael Nicolay

fevereiro 02, 2012

Concreto e asfalto.


Acorda, levanta, trabalha e come.
Deita, arruma, caminha e dorme.
Gasta, penteia, cansa e corre.
Associa, interpreta, inquieta a fome.

E deixa explícito o modelo social,
Impregnado do vasto consumo desigual,
Entre o esplendor de quem anseia,
Para a elite que muito enseia.

Mentes vazias e incapazes de mudar,
Tamanha é a nostalgia dos tempos de se amar,
E não somente a si, mas ao mundo por solo,
Parar apenas aqui para descansar o colo.

São métodos e metáforas,
Que despejam em garrafas,
A tua liberdade como um rojão,
Entretanto, estás parado neste vagão...

"Longe de si...".

Rafael Nicolay