julho 27, 2015

o marinheiro e a mansidão_

Em prol de águas mansas,
Após tantas tempestades,
Para com o marinheiro que me tornei,
E para o meu porto-seguro, que despedacei.

O quanto quero reparar
O meu Eu, disposto a caminhar
Por uma linha tênue entre a confiança...
E a desistência de tantas bonanças.

E, por fim, que seja proveitoso o velejar...
Acrescentando, inspirando a arte de ensinar
Sobre as cousas e mistérios da vida
Ante a todo mal que, agora, finda.

E cessa os lamentos de outro oceano
Donde o meu espírito percorre o sereno plano
E chega até as raízes do sentir
E, por fim, observa o imergir...

"De tantas mágoas e chateações...".

Rafael Nicolay

julho 23, 2015

verdade_o amar...

A verdade é amar...
É tentar reconsiliar,
Procurar entender...
Não desistir, não retroceder.

Por mais difícil que tudo fique,
Talvez, deveras, exista uma esperança
Ou a fé em uma luz que comunique
Que virão as épocas de bonança.

Eu que cá estou,
Perdido em meio a tantas palavras
E a pensamentos em formas diversificadas
Amo.

E pelo dito e o entendido,
Eis os mares da interpretação...
Não possuas verdades absolutas
Ou o conhecimento de intenções.

E por isso, aprendi
Que o tempo é nossa armadilha chinesa
Prendendo-nos pelos dedos
Ante ao imediatismo de natureza...

"Que insiste em não respirar...".

julho 15, 2015

grito_de poesia

A alma estampada
Com o preço na entrada
A cara mal lavada
E a poesia enferrujada.

Quisera eu, como poeta
Poder transcender a alma
Com tantas palavras
Rebuscadas, simplórias

Mas deixo ao voar
À imaginação, à plenitude
De tantos outros verões
Para todas as estações

O tamanho do grito
A força que existe no peito
O jeito desafinado
Os trejeitos de lado.

"De um andarilho poeta-palhaço".

Rafael Nicolay

julho 13, 2015

relatos_

E quanto ao abraço?
Que, deveras, se soltou...
E por hora não aparenta retornar...

Um ser em laços
A dois, mas só.
Distante, relutante...

Tentando, clamando.
Por um devaneio ante ao momento,
De perceber a sua ilusão.

Que agradou outrora
Seu frágil coração.
Mas deixa ao léu...

Os lamentos aos céus,
Que estarão presentes...
Em momentos indiferentes.


"..."

julho 08, 2015

O ego do sossego.

O ego desentendeu ao comentar
E com o espelho se deparou
Encontrou-se com a beleza
E então em vaidade perdurou

Durante o crepúsculo
E, ante ao anoitecer
Percebeu, em sua plenitude
O seu tamanho, sua virtude...

Possuiria características nobres?
Ou seria uma supremacia pacata...
Miserável e pobre?
Entregou ao pensamento as sucatas...

De um próprio interesse
Uma maneira um tanto enciumada.
Da verdade que deriva a este...
Simples ser "altruísta"...

"Entretanto, deveras, egoísta..."

Rafael Nicolay


julho 02, 2015

O nevoeiro e o coração.

Olhe, olhe lá, eis a chuva!
E veja também, existe um arco-íris...
O Sol ainda não foi tomado pelas nuvens...
E talvez, nunca será.

Pois ele sempre retorna,
E com a batalha vencida
Nos trazendo o calor...
E o alvorecer de novas esperanças.

Mas ante a esse amanhecer...
Eis o cansaço, a fadiga
Que pernoita em meu nevoeiro.
E que adentra e dilacera o peito...

Antes tudo fosse simples,
Mesmo com o "russo" no coração.
Existiriam conflitos,
Mas haveria luz, até na solidão.

Em realidade,
Quando tudo parece ruir,
Os laços nostálgicos
Nos abraçam e seguram o porvir...

"Mesmo que por uma última vez..."

Rafael Nicolay