fevereiro 19, 2020

amanhecer

Sinto o cheiro do café bem feito
O corpo, com leves dores, despertando
O esticar dos músculos, o pulsar no peito
O abrir dos olhos e o te perceber

A serenidade, a calma...
O cantar dos pássaros
E a luz que é refletida pelo cristal na sala
O Sol chegou

Junto d'ele, o desabrochar de mais um dia
A movimentação lenta, o gosto da manhã 
Teu cheiro, teus cabelos recém lavados
O gosto do teu beijo.

Paz,
Assim são todas as manhãs, 
E com a alegria de estar aqui
Presente.

O gosto do pão, 
Os risos de sono e o estalar do corpo
Quando deambula perante os cômodos da casa
O esticar-se no sofá...

A leveza e sutileza de um filho que está no mundo dos sonhos
Em breve, acordará
Trazendo junto consigo a certeza
A verdade do quão bom é amar.

Para uns, quiçá, a nomenclatura possa ser a rotina
Para mim, é a alegria perante a escolhas
Sobre o querer crescer e se emancipar
Do ninho, da casa, dos pais. 

A vida, agora, tem muitos nuances
Propõe novas aventuras e desafios
Acorda-me com a certeza do novo
E me relembra o prazer de ser uma família. 

Construir novas trilhas, caminhar ao lado de alguém 
Especial, espacial e esplêndido. 
És a magia oculta e, ao mesmo tempo
Explícita, do viver.

Eis o sincero agradecer,
Por poder, junto a ti,
Passear e cantar
Em paz.

Rafael.

fevereiro 17, 2020

nascimento

Nasces mais uma vez
Todo o resplendor alimentando o céu 
Dissipando nuvens 
Descortinando o véu 

Vens para aquecer
Todo ser da Terra,
Do universo ao redor
Anunciando o fim da guerra.

Para mais um dia caminhar
Perante a batalha eterna
Que consiste no aprender
Para assim, poder chegar...

Junto aos corpos celestes
Nesta jornada atemporal
Marcas o recomeço terrestre
Sinaliza a luz, também vinda do astral

Chegas, portanto, junto da esperança 
Seja no primeiro ou quinto dia
Renovas as forças de quem tem bonança 
Revigora teus filhos com a pura magia

Alquímica entidade
Transmutas todas as certezas
Colocas, exposta, a verdade
Refletes toda a natureza.

Um novo marco,
Tal qual o novo dia
És o ciclo inato
Da orquestra desta lida

E tens uma companhia
A inseparável Lua
Não poderias ser completo
Sem a composição nua e crua.

Deveras, embelezam este céu 
A junção de dois extremos
Que encontram-se em tempos
Denotando o quanto somos pequenos.

Quiçá, possa eu observar
Mais as sazonalidades dos dias
E continuar a cantar
Sobre todas as belezas aqui vividas.

O amanhã há sempre de chegar
Não importando as tempestades à tua volta 
Cabe a ti, saber olhar
Mais de uma vez, o que realmente importa.

Rafael.

fevereiro 11, 2020

união



Percebo teus sinais de longe
Sinto tuas emoções em meu peito
Há tempos, estava adormecido...
Hoje, desperto, te observo de um outro jeito

E tento, minimamente, te passar
Um fôlego perante a tudo que vamos viver
Com a certeza de que a tudo vamos superar
Pois, de mãos dadas, seguimos com prazer.

Perante a chuva torrencial,
Ou o calor escaldante
Sabemos que o Sol vem no final
Tal qual a brisa refrescante

E se não fosse assim,
O que seria, de fato, essa vida?
Com as batalhas diárias batendo à porta
Saibas que não vou te deixar dar por vencida

Enquanto o fôlego nos meus pulmões existir,
Pegarei a sua mão durante o porvir
E tentarei, com todo sentimento, tirar um sorriso teu
Pois este é o meu alento, um presente eterno de Deus

Que nossos dias sejam assim,
Repletos de risos e choros
As preocupações tem fim,
Pois a fé e a esperança demonstram seu consolo

Sigamos em pé firme,
Pois na jornada, terrena, estamos
E peço que não desanimes,
Pois a vida não vale o todo que lamentamos.

Juntos, começamos a caminhar melhor
E unidos continuaremos
Você, nossa família, são os meus bens maiores
E sei que a tudo suportaremos.

Com amor e sempre amor,
Do seu poeta amador,
Rafael.

fevereiro 06, 2020

equilíbrio


Quiçá, nossa façanha mais desafiadora
Buscar o elo conciliador
Mediante aos altos e baixos desta jornada
A resiliência requer ir além da dor.

Adiante ao momento do esmorecer 
Firmar o pé, não batê-lo ou correr
Saber transformar tudo aquilo que se recebe
E acreditar que a vida sempre segue.

Talvez, um mero devaneio
São os pormenores prazeres
Os acertos e erros
Regados de tamanhos dizeres

Assim, somente, não basta um enfoque
Que seja direcionado para um lado
E o outro deixado do toque...
O cuidar, descuidado...

A atenção redobrada,
A verdade é que não existe certo
Muito menos o errado, nesta caminhada

Pois perante as dantescas tentativas
Está o singelo véu 
Que perante nossos olhos,
Insistimos em buscá-lo no céu. 

Ingenuidade seria
Seguir pensando assim
Pois o descortinar desta lida
Consiste na vida aqui, enfim.

Portanto, deves se contentar
Com os baldes de água friolenta
Que recebes durante teus dias
Fazendo tuas noites mais densas

Adentra, por fim, em teu próprio peito
O cerne de sua essência,
Demasiada egóica dos teus afazeres 

Mas saibas também atender
Os momentos em que és requisitado
Pois o preço que tu cobras 
Não cobre o tempo empenhado...

De que adianta, então, 
Tantos prazeres efêmeros 
Quando extingue-se da presença e gratidão 
Perante ao torpor dos teus saberes.

Mantém, tua sanidade intacta
Neste mundo tão desigual
E lembra dos presentes do agora
De um lugar atemporal

Marcastes assim tua jornada
E aceitastes o teu destino
Deves deixar certas atitudes de lado
Para continuares no período matutino

Quem sabe, assim
Poderás aproveitar mais os verdadeiros primores
Não deixes de lado
Tuas promessas e teus amores.

O equilíbrio reside na escolha, 
A sabedoria vem junto a bagagem
Os sentires efêmeros desta lida,
São alentos ou pesos para tua viagem?

Rafael.

fevereiro 02, 2020

insetos interiores

Surgem perante a manifestação da luz
Esta, tal qual um holofote, os fazem gritar
Esperneiam dentro de nossas mentes
Rastejam pelos nossos corpos...

E nós, ingênuos, não sabemos quando passará. 
Tentam, deveras, dissipar-nos
Colocar-nos em casulos da alma
Expressar o que sentimos, mas pertence a nós?

Por mais que ocorra a identificação, 
Não necessariamente é a verdade em questão 
É o somático aparentando,
Aquilo que não queremos enxergar.

O grito seco, o olhar sem vigor,
A atitude em revolta
Tudo a volta é mau-humor...
Pois a ideia é a decadência.

Assim, insetos da alma
Tentam permear o coração 
Não são de outrem, senão nossos
Particulares e intransferíveis. 

O que podemos fazer?
Olhar bem para cada um deles.
Dos meus, eu que tenha a coragem de domá-los
E neste processo, torço para não acordar os seus.

Pois aqui, de mim, só eu sei o proceder 
E ante a dedetização, o expurgo
Perante a identificação, a luz
E durante a limpeza, o amor.

Estes são, os meus insetos interiores...

Rafael.