janeiro 10, 2017

dualidade

vem por mansidão
até que arrebenta com um estrondo
e apresenta-se como dragão
és a consciência sem sua função

com labaredas e a ferocidade em mãos
chega, portanto, em tanto, no coração
a vontade que atropela
a vaidade que nos cega

é como um trovão
que assusta os arredores
para quem não tem firmeza de seus pormenores

chega a partir das águas calmas
como a força do guerreiro que insiste em nadar
até o lado opositor do rio

e, como um réptil preciso e minucioso
atira-se em bote, rumo à presa com gosto
mas eis que as pedras rolam do céu...

e tamanho ser, desfalece-se de seu véu.
apresenta-se como força interior
há de ser domada, pelo seu próprio feitor

ante o rugido de mais um trovão
surge igual alvoroço
e a força que segura as rédeas

equilibrando a alma e o coração
respirando e respeitando
tamanho momento da revelação

trazendo luz junto com a monção.
transbordando o rio que segue sua direção
salve o guerreiro e salve o domador de seu próprio dragão.

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