novembro 07, 2010

Escrevo, escreverei, sim, eu sei!

Eu sei, eu sou, eu era, eu serei, mas o que? Não entendo, não quero entender, não quero conhecer, mas quero procurar, quero desvendar, quero então achar tua essência, tua bela forma incandescente de iluminar a todos, sim, teu amarelo em raios que ninguém vê, mas todo mundo sabe que está lá, o modo que o vento passa pelas folhas, a forma que os pássaros cantam para voar, para beijar no ar, para sorrir em dizer que tudo ali é para ser, é para acontecer e o destino, se eu acredito? Eu apenas escolho e por escolhas eu vejo como que meu dia passa a ficar, melhor, pior, regular e claro, novo dia.
Levanto, eu ando, eu caminho, meu caminho de rosas e espinhos, minha corrida, parada pela fadiga, fadiga que ao te ver, procura conhecer, procura entender, mesmo não querendo, como que tudo acontece, como que tudo é feito, como que é, como que, como que...
E parece até uma música, em ritmo novo, em arritmia nova, em poesia velha, em tua luz que transforma, sim, passantes, parados, cantados, encantados, paralisados, poucos, muitos, por ti. Tua multidão, tua escrita em forma do teu coração, teu Eu ali, meu Eu aqui, observando apenas, olhando entre a cena e esperando o clímax em que você dirá, tua parte mais decorada, tua forma mais endeusada, teus passos mais firmes, teu desprezo desviado, teu olhar encontrado, quem sabe com os meus, ou os teus, lição.

Com sentido, falta, com algo, memória, esta última ilusória, canção, requebra, não até o chão, mas em tua direção, entre braços e abraços, meta é feita, objetivo quase perto, o palco meu aliado, o piano meu ser trocado, com tuas notas, meus atos, envolver a ti, perto dos meus braços, dentro deles, fora, gira, pula, te levo ao ar, te encanto, canto em tua orelha, espero ser respondido, continua a valsa, continua a dança, continua a emoção, a pressão aumenta, não sei, não entendo, não quero conhecer, mas já vi tudo isso, um dia, hoje é o que outrora fora melhor.

(Rafael Nicolay)

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