abril 11, 2017

o que nos resta... viver.

é um resto de toco
um tanto sozinho

e também é a talhadeira
a hora de retirar a casca velha
e jogar na peneira
resgatar em nós, o que nos resta

é amor, é com dor?
sofrimento?
eis o mais solene dos momentos
aquele que antecede a transformação

é a renovação da alma
quando se olha pro coração
atinge certeiro com sua flecha
e nos diz que fugir não é a festa

que sempre achamos como solução
olhar pra dentro, bem lá dentro meu irmão.
e assim, talvez, perceba os fragmentos
que rodeiam os teus lados

tu, de pé, estás nesse cubo orquestrado
talvez, por tua própria mente
ou por um estado, há tempos, dormente
és a hora de se libertar

e olhar para a raiz que insiste em ficar
talvez sua retirada seja sofrida
quiçá a jornada mais difícil da tua vida
mas aceite ela com o teu coração...

assim, como hipótese do que sou,
encontrarás algum tipo de salvação
se não a tua própria
para com tudo que fizeste uma proposta

e peregrina, andarilho do mundo
estás na matéria por um mistério profundo
e a verdade, só saberás ao final da jornada
por hora, dê atenção a tua caminhada.

R.

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